Luanda Leaks. Documentos põem a descoberto esquemas de Isabel dos Santos

Milhares de documentos mostram como a empresária usou a Sonangol para criar a sua fortuna.

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Sara Gouveia
19/01/2020 19:10 ‧ 19/01/2020 por Sara Gouveia

Economia

Luanda Leaks

Foram mais de 715 mil ficheiros analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e que ajudaram a desconstruir a forma como a fortuna de Isabel dos Santos, a mulher mais rica de África, foi feita com base na exploração do seu país e de esquemas de corrupção.

A investigação que foi levada a cabo por vários órgãos de comunicação social internacionais - como o The Guardian, a BBC e pelo jornal Expresso, em Portugal - e que contou com mais de 120 jornalistas, apurou as centenas de benefícios conseguidos por Isabel dos Santos durante a presidência de José Eduardo dos Santos, seu pai.

Num dos casos expostos na enorme divulgação de dados é revelado um esquema de ocultação que começou a ser montado a seguir à filha do ex-Presidente de Angola ter sido nomeada pelo pai para liderar a petrolífera estatal - Sonangol.

Entre maio e novembro de 2017, no último terço do seu mandato à frente da Sonangol, Isabel dos Santos fez com que a petrolífera estatal angolana transferisse pelo menos 115 milhões de dólares de fundos públicos para uma conta offshore no Dubai. Revela o semanário que essa transferência foi justificada como sendo um pagamento de serviços de consultoria prestados à Sonangol, mas que "as transferências tiveram como destino uma conta bancária de uma companhia offshore, a Matter Business Solutions, controlada pelo principal advogado da empresária angolana, o português Jorge Brito Pereira, sócio da Uría Menéndez, o escritório de Proença de Carvalho".

O Luanda Leaks resultou de documentos obtidos pela PPLAAF, uma plataforma de proteção de denunciantes em África. A entidade, com sede em Paris, tem como objetivo ajudar a expor práticas criminais.

Pouco depois do caso, apelidado de Luanda Leaks ser revelado, a empresária reagiu à BBC África acusando o atual governo angolano de "um ataque orquestrado (...) movido politicamente e completamente infundado". Quase de seguida através do Twitter acusou a SIC e o Expresso de "racismo" e "preconceito".

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