Produção de automóveis britânica caiu em 2019 pelo 3.º ano consecutivo

A produção de automóveis no Reino Unido caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2019, com as construtoras a continuar a adiar o investimento devido à incerteza criada pelo processo de saída do país da União Europeia (UE).

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Lusa
30/01/2020 12:06 ‧ 30/01/2020 por Lusa

Economia

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Os números divulgados hoje pela Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Veículos (SMMT) mostram que a produção total caiu 14,2% no ano passado, para 1,3 milhões de veículos, o mais baixo desde 2010, tendo a produção caído tanto para exportação (14,7%), que representa mais de 80% das vendas, como para o mercado britânico (12,3%).

"A produção foi afetada por vários fatores, incluindo o enfraquecimento da confiança do consumidor e das empresas no mercado nacional, procura mais reduzida nos principais mercados estrangeiros, várias mudanças significativas na produção de modelos e um distanciamento do gasóleo na Europa", referiu num comunicado.

Embora o investimento no setor quase tenha duplicado, para 1,1 mil milhões de libras (1,3 mil milhões de euros), o valor continua a ser metade da média de 2,7 mil milhões de libras (3,2 mil milhões de euros) nos últimos sete anos.

Um único grande investimento da Jaguar Land Rover para iniciar a produção de carros elétricos na região centro de Inglaterra foi responsável pela maior parte do valor de 2019, vincou a SMMT.

As paragens das fábricas na primavera e no outono, programadas para atenuar as potenciais interrupções decorrentes da saída prevista do Reino Unido da UE em 29 de março e 31 de outubro, também tiveram um efeito, acrescentou.

A data da saída foi adiada várias vezes, estando agora marcada para esta sexta-feira, 31 de janeiro, às 23:00 horas (locais e GMT), seguindo-se um período de transição até ao final de 2020 em que o Reino Unido continua com acesso ao mercado único, enquanto negoceia um novo acordo de comércio livre.

O setor automóvel emprega diretamente 166 mil pessoas no país e contribui com 16,6 mil milhões de libras (20 mil milhões de euros) para o Produto Interno Bruto (PIB) britânico, mas receia perder competitividade devido à dependência de linhas de produção sincronizadas com a entrega de componentes vindos da UE se forem criadas barreiras na circulação.

"Dada a incerteza vivida pelo setor, é essencial restabelecer a nossa competitividade global e isso começa com um acordo de comércio livre ambicioso com a Europa, que garanta que todos os produtos automóveis possam ser comprados e vendidos sem tarifas ou encargos adicionais", vincou o presidente executivo da SMMT, Mike Hawes.

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