"<span class="news_bold">Não temos tempo a perder e a UE e o Reino Unido devem propor mandatos claros de negociação sobre os seus objetivos para minimizar a incerteza para as empresas em ambos lados do Canal" da Mancha, afirmou num comunicado o presidente da Eurochambres, Cristoph Leitl, no dia em que o Reino Unido sai do bloco comunitário.
A organização pediu a ambas as partes para respeitarem o estipulado para o período de transição para evitar qualquer fricção comercial, em referência aos 11 meses em se continuará a aplicar a legislação comunitária em território britânico para dar margem para fechar, até 31 de dezembro, um novo acordo.
As câmaras de comércio sublinham a importância de que com a nova relação o Reino Unido se mantenha alinhado com a legislação europeia em "áreas chave, como as ajudas de Estado", para garantir a igualdade de condições entre empresas de um e de outro lado do Canal.
A Eurochambres sublinhou que o calendário marcado pelo Reino Unido é "extremamente difícil" e que, se bem que defendam o alcance de uma "associação económica ambiciosa, profunda e flexível", esta "não deveria ser conseguida através de soluções à pressa que se tornem impraticáveis para as empresas, em particular as PME [pequenas e médias empresas]".
Em linhas similares pronunciou-se a patronal BusinessEurope, para quem "as empresas estão longe de ter certezas sobre a relação futura entre a UE e o Reino Unido e sobre o fantasma de um Brexit sem acordo, que ainda não está fora de hipótese".
Conscientes de que o tempo para negociar um acordo "é limitado", os patrões pedem aos negociadores para utilizarem o período transitório "tão eficientemente quanto seja possível".
As duas organizações referem que o Brexit não elimina a importância do comércio entre o Reino Unido e a UE.
O bloco comunitário é o maior sócio comercial do Reino Unido, destino de 45% das suas exportações (no valor de 341.000 milhões de euros) e origem de 53% das suas importações (424.000 milhões de euros), segundo dados de 2018.