O Governo propôs, esta segunda-feira, um aumento de sete euros para os trabalhadores da Função Pública que recebem até 690 euros de salário, avança a RTP3. Esta proposta fica acima dos 0,3% anteriormente propostos pelo Executivo de António Costa.
Este aumento, saliente-se, deverá ter efeitos retroativos a janeiro.
As estruturas sindicais da Função Pública estão reunidas com o Governo, esta segunda-feira, com a expetativa de poderem negociar aumentos salariais superiores aos que já tinham sido propostos, apesar do Orçamento do Estado para este ano já estar fechado.
A anterior proposta do Governo para os salários da Administração Pública, sublinhe-se, aponta para uma acréscimo de 0,3% em 2020.
Sindicatos descontentes com a proposta
À saída da reunião, Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, mostrou-se insatisfeita com a proposta do Governo e deu conta de que está agendada uma nova reunião entre as duas partes para a próxima segunda-feira. Até lá, será pensada uma contraproposta e apresentada nessa altura ao Governo.
Também à saída do encontro, o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, afirmou que a proposta do Governo de aumentos salariais é "poucochinha".
Enquanto isso, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, mostrou-se insatisfeita com a proposta do Governo e disse que o sindicato vai convocar um plenário para o final do mês, com o objetivo de "acordar novas formas de luta".
Porém, as três estruturas sindicais que negoceiam em nome dos trabalhadores do setor consideraram a proposta inaceitável e provocatória, sobretudo porque os funcionários públicos não têm aumentos salariais gerais desde 2009. Foi por isso que no dia 31 de janeiro avançaram para uma greve nacional.
Perante o descontentamento, o Governo mostrou-se disponível, em meados de janeiro, para negociar aumentos acima de 0,3% para os funcionários públicos já este ano, disse a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.
E, para esse efeito, convocou os sindicatos para a reunião desta segunda-feira. O calendário é que não agradou muito, como explicou José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) ao Notícias ao Minuto, uma vez que surge já depois de aprovado o OE2020.
[Notícia atualizada às 15h21]