Na conferência anual hoje em Lisboa, Maria Cabanyes, analista do setor financeiro da agência de 'rating', considerou que os bancos portugueses estão hoje numa melhor situação, com redução do crédito malparado e ativos problemáticos e melhoria da cobertura, e espera que haja convergência com a média europeia.
Contudo, ainda persistem problemas, entre os quais a menor eficiência dos bancos portugueses (analisada pelo rácio de custos face a receitas) e as pressões sobre a rentabilidade, que os bancos têm compensado com o foco em mais negócio em segmentos mais rentáveis.
"O que vemos é em linha com outros bancos da Europa. Estão focados em segmentos de mais rentabilidade, mas de maior risco, consumo e pequenas e médias empresas", afirmou Maria Cabanyes.
Já Maria Jose Mori, analista que também acompanha o sistema financeiro, considerou ainda que os bancos portugueses estão "muito vulneráveis" às baixas taxas de juro, que são uma pressão sobre os lucros.
Analisando alguns bancos, considerou que a Caixa Geral de Depósitos e o BCP têm beneficiado dos planos de reestruturação levados a cabo.
Já o Santander Totta, referiu, é o banco com melhor desempenho na rentabilidade, destacando a integração que este fez do Banif e do Banco Popular Portugal.
Em novembro passado, a Moody's diminuiu a perspetiva da banca portuguesa de 'positiva' para 'estável' devido ao abrandamento do crescimento económico no país e na zona euro.