Empresas portuguesas e indianas de defesa assinam acordos de cooperação

Empresas portuguesas e indianas no domínio das indústrias de defesa assinam três acordos de cooperação, envolvendo tecnologia aeronáutica, espacial e de construção naval, no âmbito da visita de Estado do Presidente da República português à Índia, foi hoje divulgado.

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Lusa
13/02/2020 20:53 ‧ 13/02/2020 por Lusa

Economia

Visita de Estado

A assinatura dos acordos de cooperação foi anunciada em comunicado pelo Ministério da Defesa português, estando a visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa à Índia a ser acompanhada pelo secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

Em causa está uma parceria entre o grupo português CEiiA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel) e a empresa indiana HAL "para o desenvolvimento de novos projetos ligados à tecnologia aeronáutica e espacial", aproveitando "a experiência e a competência" adquiridas pelo grupo português, de Matosinhos, neste domínio, "nomeadamente através da participação no projeto de engenharia das aeronaves KC-390", informa o comunicado.

Um outro acordo é estabelecido entre a empresa portuguesa UAVISION e a indiana VEDA Defense Systems, para a "transferência de tecnologia, produção e coprodução de sistemas aéreos não tripulados, ao abrigo do qual será ainda criado um centro de treino para este tipo de aparelhos na Índia, com 'know-how' português".

Estes acordos incluem ainda um protocolo entre os Estaleiros Navais de Peniche e o GOA Shipyard, para a "construção de lanchas rápidas em Portugal e na Índia, com recurso a tecnologia da empresa portuguesa, nomeadamente polímeros nos cascos das embarcações".

Segundo o Ministério da Defesa, "a transferência de tecnologia e coprodução destes equipamentos permitirá explorar oportunidades de negócio em mercados de interesse comum, como o continente africano".

O Presidente da República chegou hoje à capital indiana, para uma visita com um programa concentrado em três dias em que passará por Nova Deli, Mumbai e Goa.

Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa reúne-se com o seu homólogo indiano, Ram Nath Kovind, e com o primeiro-ministro Narendra Modi, em Nova Deli.

Marcelo Rebelo de Sousa viajará ainda nesse dia de Nova Deli para Mumbai, o centro económico da Índia, e de lá para o estado de Goa, último ponto da sua visita de Estado à Índia, que termina no domingo.

À chegada a Nova Deli, o Presidente da República afirmou que esta visita se enquadra numa "fase mais executiva" das relações bilaterais e tem como objetivo abrir caminho a "projetos concretos com avanços concretos".

Além dos secretários de Estado da Defesa e da Internacionalização, acompanham também o Presidente da República nesta deslocação o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e deputados de vários partidos.

Portugal e a Índia têm relações históricas com mais de 500 anos, que remontam à chegada do navegador Vasco da Gama ao subcontinente, em 1498.

As relações diplomáticas estiveram cortadas durante perto de 20 anos, durante o período do Estado Novo, e foram restabelecidas após o 25 de Abril de 1974, quando Portugal reconheceu a plena soberania da Índia sobre os antigos territórios portugueses de Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar Aveli.

Esta será a 17.ª visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa e a segunda a um país asiático, depois da República Popular da China, onde esteve no ano passado.

Antes de Marcelo Rebelo de Sousa, fizeram visitas de Estado à Índia os presidentes da República Mário Soares, em 1992, e Aníbal Cavaco Silva, em 2007.

O primeiro-ministro, António Costa, que tem raízes goesas, fez em janeiro de 2017 uma visita à Índia que teve caráter de Estado, recebeu Narendra Modi em Portugal em junho desse mesmo ano e regressou a Nova Deli em dezembro passado, como convidado de honra das cerimónias do 150.º aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi.

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