O secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, confirmou, esta quarta-feira, à saída das reuniões com os sindicatos, que não haverá qualquer alteração relativamente às férias e subsídios dos funcionários públicos este ano. Porém, admitiu que esta hipótese chegou a estar em cima da mesa.
"Para este ano não há qualquer alteração prevista", disse José Couto, quando questionado pelos jornalistas sobre se a questão das férias ou do subsídio de refeição iria sofrer alguma alteração. Porém, admitiu esta foi uma das "várias questões em cima da mesa" ao longo das rondas negociais que decorreram com os sindicatos.
O Governo e os sindicatos que representam os trabalhadores da Função Pública estiveram reunidos, esta quarta-feira, para discutir os aumentos salariais que vão vigorar este ano. O Governo propôs um aumento de 10 euros para as remunerações mais baixas do Estado, acima dos sete euros anteriormente propostos.
Para os restantes trabalhadores, sublinhe-se, mantém-se a atualização salarial de 0,3%, de acordo com a proposta que terá sido então apresentada pelo Executivo e que foi sendo desvendada durante a manhã pelas várias centrais sindicais.
Esta reabertura do processo negocial começou com o Governo a propor um aumento reforçado de sete euros para todos os funcionários públicos cujo salário está situado entre os níveis 4 e 5 da Tabela Remuneratória Única, ou seja, entre 635,07 euros e 683,13 euros, respetivamente, mantendo a atualização de 0,3% para os restantes trabalhadores.
Sindicatos, descontentes com a proposta, admitem novas formas de luta
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, afirmou ser necessário "avançar para uma grande manifestação" de protesto, em resposta à proposta do Governo de atualização salarial na função pública.
"Conversarei com todos os que estejam dispostos a avançar com uma grande manifestação daqueles que trabalham", referiu Helena Rodrigues no final da terceira reunião no Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública sobre o processo negocial de atualização salarial em 2020, adiantado que "todos os trabalhadores têm de começar a pensar se uma greve geral não faz sentido".
Também o secretário-geral da Fesap, José Abraão, mostrou-se insatisfeito com a proposta do Governo, revelando que o Executivo deveria ter dito logo qual a margem de que dispunha para aumentar os salários dos trabalhadores da Função Pública.
"Havia margem para melhorar de sete para 10 euros, [por isso] seria mais sério e mais correto desde logo revelarem o que estava em cima da mesa", disse José Abraão, à saída da reunião com o Governo e em declarações transmitidas pela SIC Notícias.