"As nossas atividades geraram em 2019 lucro líquido contábil de 40 mil milhões de reais, o maior da história da Petrobras, mesmo diante da queda dos preços médios do petróleo (...). Pagamos aos Governos em 'royalties', impostos e bónus de assinatura o valor total de 246 mil milhões de reais (52 mil milhões de euros), também recorde histórico, e que consolida a posição da companhia como maior contribuinte do Brasil", indicou a Petrobras em comunicado.
O lucro de 40,1 mil milhões de reais registado no ano passado representa ainda um crescimento de 55,7% comparativamente a 2018.
Já o lucro registado no quarto trimestre de 2019 foi de 8,153 mil milhões de reais (cerca de 1,7 mil milhões de euros), valor 287,8% superior ao mesmo período de 2018, de acordo com o mesmo comunicado enviado aos acionistas.
Até agora, o melhor resultado da Petrobras tinha sido registado em 2010, com lucro de 35,2 mil milhões de reais (7,5 mil milhões de euros).
Um dos fatores que ajudou a companhia a registar o lucro recorde foram os desinvestimentos. Em 2019, a Petrobras desfez-se de uma série de ativos, como a venda da ex-subsidiária BR Distribuidora e de campos de petróleo.
Além disso, a Petrobras atribuiu ainda os bons resultados à alta produção média de petróleo e gás natural, ultrapassando, pela primeira vez, a barreira de três milhões de barris de por dia.
Os bons resultados da Petrobras foram anunciados quando os trabalhadores da empresa estão em greve há 19 dias.
O despedimento de cerca de mil funcionários da fábrica de fertilizantes do Paraná Araucária Nitrogenados (Ansa), uma das subsidiárias da Petrobras, é um dos principais motivos da paralisação.
Para justificar os despedimentos, a Petrobras afirmou, em comunicado, que a matéria-prima da fábrica estava mais cara do que o produto final, e que a unidade do Paraná acumulava prejuízos desde 2013, data em que foi adquirida.
Na terça-feira, um tribunal regional de trabalho determinou que a petrolífera estatal suspenda a demissão dos trabalhadores. Em contrapartida, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), comprometeu-se a pôr fim aos protestos em frente à fábrica, assim como a pedir o fim da greve.