O possível futuro do ministro das Finanças, Mário Centeno, como Governador do Banco de Portugal não deixa Manuela Ferreira Leite com "qualquer espécie de reserva". Apesar de críticas que tem tecido, a antiga ministra das finanças considera que Mário Centeno "é uma pessoa competente e conhecedora de uma área como o Banco de Portugal" e mostra-se incomodada pela desconfiança generalizada que existe perante estas mudanças de cargo.
"Custa-me a aceitar que o facto de ser ministro das Finanças o impeça de ser governador do BdP. Há uma desconfiança sobre tudo o que são funções políticas ou de grande exposição pública", refere, assumindo que o cargo que ocupa atualmente não o impede de ser "independente" se vier a ser nomeado governador do BdP.
Apesar de ser apenas uma possibilidade, Manuela Ferreira Leite sublinha que é provável que esta alteração de cargo venha a acontecer.
"Há muito tempo que digo que não acredito que o ministro das Finanças Mário Centeno chegue ao fim deste mandato. É evidente que ele vai querer ficar na história como o ministro que conseguiu determinada gestão orçamental e essa gestão não se vai manter durante muito tempo", salienta.
TAP. Pedro Nuno Santos "não devia ter tomado uma posição tão agressiva"
Quanto aos prejuízos registados pela TAP e a intenção de pagar prémios aos seus colaboradores, a antiga ministra refere que "são critérios de gestão" e mostra-se perplexa com a "forma desabrida e quase insultuosa" com que o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, criticou publicamente a empresa, da qual é a accionista.
"Acho que - não sei se tinha de abdicar ou não - publicamente não devia ter tomado uma posição tão agressiva. Ficamos a saber que uma empresa como a TAP tem dois accionistas que só sabem insultar-se", sublinha.