Segundo adiantou à Lusa Fernando Simões, dirigente do SINTAC, a questão colocou-se "no período da greve de 27, 28 e 29 [de dezembro]", sendo que a estrutura teve "conhecimento de que não havia nenhum trabalhador num departamento que é extremamente crítico, que é o 'load control'".
Este departamento "dá indicações de como todos os aviões devem ser carregados em condições de segurança e pelas normas internacionais", explicou o dirigente sindical, garantindo que nos dias 27 e 28 de dezembro "não foram feitos os procedimentos habituais, como mandam as regras, de dar instruções às equipas no terreno acerca de como os aviões devem ser carregados".
De acordo com Fernando Simões, o SINTAC recebeu relatos de que "havia trabalhadores a fazer essas funções que não tinham certificações para o fazer e estavam a preencher documentos com instruções e carregamento das aeronaves sem o fazer como obrigam as regras internacionais".
Tendo em conta estas suspeitas e depois de aceder a alguns destes documentos, o sindicato enviou, no dia 02 de janeiro, um ofício à ANAC a dar conta das possíveis violações de segurança, tendo hoje voltado a enviar a participação.
"Até à data nada aconteceu e tememos que nada venha a acontecer", lamentou Fernando Simões.
Contactada pela Lusa, a ANAC confirmou "a receção da participação do sindicato".
O organismo "está a analisar a situação e a desencadear os procedimentos necessários com vista ao apuramento dos factos reportados pelo SINTAC, e consequentemente tomar as medidas a que eventualmente houver lugar", adiantou fonte oficial.
A greve ao trabalho de assistência em terra nos aeroportos nacionais, convocada pelo SINTAC, foi cumprida durante os três dias pelos trabalhadores da Portway.