Setor imobiliário queixa-se de consequências e pede medidas de apoio

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) disse hoje que o setor está já a sofrer as consequências do surto de Covid-19 e apela à implementação de medidas de apoio às empresas.

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Lusa
12/03/2020 13:43 ‧ 12/03/2020 por Lusa

Economia

Coronavírus

Num comunicado enviado à comunicação social, a APEMIP diz que a pandemia, que tem já repercussões em toda a economia mundial, também já está a fazer-se sentir no setor imobiliário.

"Ninguém estava preparado para algo desta dimensão, mas as micro, pequenas e médias empresas, em particular, terão uma maior dificuldade em assumir os seus compromissos, o que exige que o Governo tome medidas específicas de proteção", defende, na mesma nota, o presidente daquela associação, Luís Lima.

Para aquele dirigente, os apoios governamentais devem ser transversais a todos os setores da economia.

"Todos devemos estar preocupados com a situação atípica que estamos a viver, inclusive as centrais sindicais. Os direitos e deveres dos trabalhadores devem ser naturalmente salvaguardados, mas as empresas também, caso contrário, será impossível garantir a manutenção dos postos de trabalho existentes", sublinha.

A APEMIP adianta estar a defender, através da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), em sede de Concertação Social, medidas de proteção das pequenas e médias empresas, como por exemplo "a suspensão de penhoras fiscais, o financiamento à tesouraria das empresas, a implementação de moratórias e a suspensão dos despejos no comércio e serviços".

A associação representante das imobiliárias pretende também que o Estado aja junto do setor financeiro, no sentido de conseguir apoio às empresas por parte da banca, nomeadamente perante eventuais situações de incumprimento que possam ocorrer.

A APEMIP recomenda aos seus associados que sigam as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS) e que não promovam alarmismos extremos, deixando também um recado aos partidos com assento parlamentar, para que "não haja espaço para eventuais aproveitamentos políticos" face à situação de fragilidade causada pela pandemia causada de Covid-19 e que "assumam responsabilidades pelas eventuais medidas inéditas, mas necessárias, que terão que ser tomadas".

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

Em Portugal, a DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação "faz sentido" e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".

Várias universidades e outras escolas já decidiram suspender as atividades letivas.

As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

 

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