"A AOPL, Associação dos Operadores Portuários de Lisboa, vem por este meio sensibilizar os Trabalhadores Portuários de Lisboa e o sindicato que os representa para que, neste momento, em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o Estado de pandemia do Coronavírus e o Governo de Portugal declarou que o país se encontra em situação de alerta até ao dia 09 de abril, contribuam com o sentido de consciência cívica e solidariedade e cancelem a greve total em curso no Porto de Lisboa", refere a AOPL em comunicado.
A AOPL exorta ainda os estivadores a seguirem o exemplo de outros grupos profissionais que se encontravam em greve ou tinham agendado formas de luta e que suspenderam essas iniciativas devido à pandemia de Covid-19.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do SEAL, António Mariano, disse que, apesar de se encontrarem em greve, os estivadores do Porto de Lisboa estão a cumprir os serviços mínimos, que incluem a movimentação de cargas para os arquipélagos da Madeira e dos Açores, bem como todas as cargas que sejam consideradas imprescindíveis para satisfazer necessidades sociais fundamentais, como estabelece a lei da greve.
"Penso que até há algum exagero nos serviços mínimos, porque estamos a assegurar o carregamento de viaturas para empresas de aluguer de automóveis na Madeira, o que não nos parece que seja um serviço imprescindível, até porque neste momento o turismo na Madeira está praticamente parado devido à pandemia", disse António Mariano.
"Os patrões estão a usar a pandemia para tentar consumar um despedimento coletivo", acusou António Mariano, assegurando que o objetivo dos operadores portuários é contratar parte dos atuais estivadores do Porto de Lisboa, deixando de fora um grupo de 54 efetivos e que, no limite, pode significar o despedimento coletivo encapotado de 134 estivadores do porto de Lisboa".
O presidente do SEAL sublinhou ainda que o levantamento da greve permitiria a substituição imediata dos estivadores do Porto de Lisboa por outros contratados pelas novas empresas de trabalho portuário, que foram constituídas após o pedido de insolvência da A-ETPL, Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa.