Depois das filas nos supermercados físicos, as cadeias que vendem online, como o Continente ou a Auchan, também já lidam com a forte procura, motivo pelo qual há já encomendas em espera para entrega. Ainda assim, tanto a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), como o Governo, já fizeram saber que não há rutura no abastecimento e, portanto, para já não há necessidade de racionamento.
Um cliente do Continente disse à agência Lusa, na quinta-feira, que as compras efetuadas na loja online do Continente têm data de entrega para 25 de abril - ou seja, a espera é de mais de um mês.
Já o site da Auchan, vários clientes têm apontado dificuldades em fazer encomendas, já que ficam em lista de espera online durante várias horas.
Contactadas pela agência de notícias, ambas as empresas reconhecem que houve um aumento dos acessos às lojas online, devido às medidas de combate à propagação do novo coronavírus, e estão a fazer o possível para dar resposta aos consumidores.
É importante que os portugueses comprem apenas o que necessitam, permitindo que o fluxo de abastecimento ocorra sem sobressaltos. Cada um terá de fazer o seu papel para o bem comum
O primeiro-ministro, António Costa, considerou, na quinta-feira, que neste momento "não há nenhuma razão que justifique qualquer tipo de racionamento" nas lojas e defendeu que, se o comportamento cívico se mantiver, continuará assim durante a crise da Covid-19. De recordar que há outros países, como o Reino Unido, que já começaram a racionar produtos nos supermercados.
O primeiro-ministro fez questão de garantir que o Governo tem "estado a adotar todas as medidas de forma a assegurar que o conjunto de toda a cadeia de fornecimentos se mantém sem quebras". Aliás, foi criado, inclusive, um grupo de trabalho nesse sentido.
É, por isso, desnecessário correr ao supermercado. Aliás, o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, deixou claro na semana passada que não há razões para a "corrida aos supermercados" devido ao Covid-19, garantido que não há perspetiva de rutura de stocks.
Já esta semana, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garantiu que não há ruturas no abastecimento das lojas, havendo meios para que a disponibilização de produtos não seja um problema, mas apelou a todos que comprem apenas o necessário.
Garantindo que "não há neste momento sinais de rutura no fornecimento de produtos" nos super e hipermercados e que tudo está a ser feito para que, "como até aqui, este fluxo aconteça com toda a agilidade necessária", a APED apela à ajuda de todos, nomeadamente a que as pessoas tenham comportamentos "responsáveis e sensatos" quando vão fazer as suas compras.
"É importante que os portugueses comprem apenas o que necessitam, permitindo que o fluxo de abastecimento ocorra sem sobressaltos. Cada um terá de fazer o seu papel para o bem comum", pode ler-se no comunicado assinado pela associação e pelas marcas Aldi, Apolónia, Continente, Intermarché, Minipreço, Lidl, El Corte Inglês, Auchan, Mercadona e Pingo Doce.
Também a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) lembra que é necessário "garantir o acesso a bens essenciais a todos os que deles necessitam e não apenas aos que chegam mais cedo aos supermercados". Por isso, neste artigo, dá algumas dicas sobre como preparar a despensa para enfrentar isolamento sem alarmismo.
Supermercados online também adotam medidas
Ainda no âmbito das recomendações das entidades de saúde para a mitigação do Covid-19, o Continente implementou alterações temporárias ao serviço de entregas, como a exclusão de opções de pagamento no ato de entrega. Ou seja, o pagamento das compras pode ser feito por via do cartão de crédito, MB Way ou PayPal.
"Relembramos que com a opção cartão de crédito, MB Way ou PayPal, na colocação da encomenda será reservado o seu valor total, acrescido de 3%, para possíveis diferenças de valor motivadas pela variações de peso nos frescos, ou substituição de produtos indisponíveis. O seu cartão de crédito só será debitado pelo valor exato da fatura após receber a sua encomenda", refere o Continente numa mensagem aos clientes.
Além disso, as entregas ao domicílio são efetuadas à porta do cliente, não havendo entrada dos funcionários no local.