Covid-19: Grupo Jerónimo Martins garante abastecimento na região Norte

Passado o "susto" do início de março provocado pelo anúncio da chegada do novo coronavírus, o Centro de Distribuição (CD) do Norte da Jerónimo Martins, em Valongo, reorganizou-se e tem normalizado o abastecimento das lojas Pingo Doce e Recheio.

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Lusa
27/03/2020 06:02 ‧ 27/03/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

 

Reduzindo em 50% a sua operação no corpo de uma série de alterações em nome da segurança, que inclui a medição da temperatura corporal à entrada do edifício, a empresa quis também dar um sinal forte aos colaboradores, pagando o salário na íntegra a quem vai passar por mês duas semanas em casa.

Ultrapassada a preocupação gerada pelo açambarcamento verificado após o anúncio da epidemia do novo coronavírus, no CD a casa está arrumada e a reposição dos 'stocks' das lojas Pingo Doce e Recheio asseguradas, garantiu à Lusa o diretor de logística da área Norte, Rui Matos.

Na semana e meia após 09 de março, dia em que a Direção-Geral da Saúde comunicou a 'chegada' da covid-19 a Portugal, o responsável disse terem vivido "um grande pico nas lojas, que se refletiu no volume dos armazéns, que tiveram de responder".

Com a procura hoje em níveis "mais inferiores", são os "produtos alimentares, higiene do lar e pessoal e bebidas os mais procurados", disse o diretor.

Contudo, as preferências dos clientes nos últimos dias fizeram assomar um novo produto, respondendo Rui Matos com um sorriso quando questionado se algum artigo tinha sido alvo de procura inusitada: "Há e achei muita piada, é o 'make up', vernizes, pincéis, colorantes de cabelo, completamente inusitado".

As normas de segurança instaladas no perímetro do CD implicam que a temperatura das cerca de 220 pessoas que diariamente ali trabalham seja medida assim que chegam e, "caso ultrapasse os 37,8 graus, não são autorizados a entrar", informou o responsável.

"Até ver, apenas um motorista, de fora, acusou 38,5 graus", observou Rui Matos.

No CD inaugurado em setembro de 2017 depois de um investimento de 75 milhões de euros, por força da covid-19, foi criada "uma sala de isolamento" e nas "áreas comuns há delimitação de espaços entre pessoas", num conjunto de medidas que também abriu "todas as portas de acesso aos armazéns" para, assim, "evitar que se coloquem as mãos".

As ações de sensibilização, a cargo dos "enfermeiros e médicos que colaboram diariamente com a empresa", acrescentou o diretor, completaram a mensagem importante a passar aos colaboradores, a quem a administração quis, também, assegurar tranquilidade salarial.

"As pessoas foram para casa em circunstâncias normais, como se estivessem a trabalhar. Recebem a 100%, prémios e horas noturnas, exatamente como se estivessem a trabalhar. Esta foi a garantia e a normalidade que se achou neste processo", enfatizou à Lusa Rui Matos.

As alterações verificadas na operação versaram três momentos: "a primeira, para as pessoas consideradas de risco, cerca de 12, com doenças crónicas e diabetes, que foram as primeiras a ir para casa".

"A segunda, após o Governo decretar o fecho das escolas e das creches, com 30 pessoas a terem de dar apoio aos filhos e, por isso, obrigadas a ausentarem-se, e, a terceira, na divisão das restantes em 50%, ficando metade em casa duas semanas e a outra metade a trabalhar, revezando-se no final desse período", explicou o responsável.

Em face disto, acrescentou, a fim de se manterem os três turnos, foi "diminuída a carga de operação e de pessoas", o que permitiu "manter a cadência de abastecimentos".

Miguel Pinto, operador, reconheceu o "impacto no nível de trabalho para quem ficou a substituir quem foi para casa", contando que houve um "redobrar do esforço" para que se conseguisse "manter os bens essenciais para as lojas do Pingo Doce e do Recheio".

Das normas de segurança adotadas "desde o anúncio do primeiro caso positivo [do novo coronavírus] no Hospital São João", o funcionário destacou as palestras que ajudaram a "consciencializar para o problema e a tranquilizar os colaboradores", depois de num primeiro momento a situação lhes ter provocado "pânico".

"Susto" foi também a palavra utilizada pelo colaborador para abordar o "açambarcamento", antes de assegurar que, face às normas aplicadas, se sente "tranquilo" a trabalhar num CD onde não se vislumbrou ninguém a usar máscara.

O supervisor Luís Ramos reconheceu também alarme pelo avanço do novo coronavírus, que "não se pensava que tivesse uma propagação tão grande e rápida", e reiterou os apelos para que "os cuidados se mantenham também quando se chega a casa", para que depois "nada falhe na hora de voltar ao trabalho".

Portugal registava na quinta-feira 60 mortes associadas à covid-19 e 3.544 casos de infeção, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

 

 

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