A nova redução inclui o corte de 100.000 barris de petróleo por dia anunciados pela empresa na semana passada, medida que só estava prevista para durar até ao final de março.
Segundo a companhia estatal de petróleo, a nova medida ajudará a neutralizar os efeitos causados polo excesso de oferta de petróleo no mercado internacional e pela diminuição da procura, situação que descreveu como "a pior crise" do setor do século.
"O cenário atual é marcado por uma combinação sem precedentes de uma queda acentuada no preço do petróleo, um superavit no mercado e uma forte contração na procura mundial por petróleo e combustíveis", indicou a Petrobras, num comunicado hoje divulgado.
A duração da redução na produção diária de petróleo, bem como os possíveis aumentos ou diminuições, serão avaliados continuamente pela empresa.
Na semana passada, a Petrobras anunciou uma série de medidas para enfrentar a pandemia da covid-19, que incluem a redução de investimentos em 3,5 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros), o adiamento do pagamento de dividendos e a suspensão provisória de 50% dos seus funcionários que estão em sobreaviso parcial.
Os investimentos planeados pela estatal para este ano sofrerão um corte de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros) a 8,5 mil milhões de dólares (7,7 mil milhões de euros), e haverá uma redução de cerca de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em gastos operacionais, dos quais 700 milhões de reais (121,6 milhões de euros) correspondem a cortes nas despesas com trabalhadores.
A Petrobras obteve um lucro recorde de 40,1 mil milhões de reais (cerca de 6,97 mil milhões de euros) em 2019, com os quais consolidou a sua recuperação iniciada em 2018.
O lucro foi 55,7% superior ao de 2018 e contrastou com os quatro anos anteriores de perdas, incluindo as históricas de 2015, quando a Petrobras sofreu um prejuízo recorde de 34,8 mil milhões de reais (cerca de seis mil milhões de euros).
O Brasil registou na terça-feira 201 óbitos e 5.717 infetados pelo novo coronavírus, anunciou o Governo brasileiro, acrescentando que foram confirmados 1.138 casos positivos nas últimas 24 horas.
Segundo o executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, a taxa de mortalidade da covid-19 no Brasil é agora de cerca de 3,5%.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.