"Os nossos clientes, as companhias aéreas, são bastante afetadas pela covid-19. Adaptamos a nossa produção à nova situação e trabalhamos em medidas operacionais e financeiras para fazer face a esta realidade", afirmou o líder da Airbus, Guillaume Faury, citado num comunicado do grupo.
O fabricante europeu, que teve de suspender as linhas de montagem em Tianjin (China) e Toulouse (França) devido à epidemia e cuja produção em Bremen, na Alemanha, e Mobile, nos Estados Unidos, está provisoriamente suspensa, indicou que vai reduzir a produção mensal para 40 aparelhos do modelo 320, contra os 60 produzidos antes da crise, passando para dois os A330 e para seis aparelhos mensais do tipo A350.
Em meados de fevereiro, Faury tinha dito que apontava para a entrega de 40 aviões A330 ao longo do ano e para uma produção mensal de nove ou dez A350.
"Isto representa uma redução de cerca de um terço na cadência média", referiu a Airbus, que tinha registado 21 encomendas em março e feito a entrega de 36 aparelhos, numa altura em que a sua concorrente norte-americana Boeing foi forçada a parar toda a produção de aviões civis nos Estados Unidos devido à pandemia.
Desde o início do ano, a Airbus registou no total 66 cancelamentos, 44 dos quais em março.
"O impacto desta pandemia não tem precedentes", sublinhou Guillaume Faury. "Proteger os nossos trabalhadores e apoiar a luta contra o vírus são as nossas principais prioridades neste período. Estamos em diálogo constante com clientes e fornecedores", acrescentou.
O construtor aeronáutico anunciou em 23 de março que obteve uma nova linha de crédito para elevar a liquidez disponível de 20 mil milhões para 30 mil milhões de euros. Também foi cancelado o pagamento aos acionistas de dividendos relativos ao ano de 2019, bem como as previsões de resultados para 2020.