Em declarações à Lusa, o empresário Tim Vieira explicou que o movimento "Escolhe Portugal" pretende "ser uma plataforma que consegue fazer 'lobby' por melhores condições", unindo pequenas, médias e grandes empresas portuguesas, de todos os tipos, desde que "empreguem portugueses, que paguem impostos ao país".
Às empresas pretende juntar os consumidores, porque eles é que vão ter a escolha, e é a escolha deles que fará as empresas crescer e a economia nacional ganhar.
"Basicamente, trabalharmos juntos para criar esperança de que esta crise, que vai vir, também não vai ser tão má ou tão drástica como estamos à espera. A verdade é que ela vai vir. Vamos ter de nos preparar e vamos ter de estar unidos para conseguir vencer isso, porque vai ser dura. Se calhar, não vamos ter crescimento este ano ou nos próximos dois, mas conseguirmos ter esperança de que vamos conseguir ultrapassar isto e não vamos entrar naquele 'mindset' que tivemos na última crise, em que perdemos muitos talentos para o estrangeiro e sofremos bastante", disse.
Os promotores começaram esta semana a registar empresas e a impulsionar o movimento, que teve "um fluxo enorme de pequenas, médias e grandes empresas a entrarem e a unirem-se", desde empresas só com um trabalhador a outras que empregam várias centenas.
"Portugal está com mais ou menos 200 mil empresas listadas. Se conseguirmos chegar a 20 mil destas empresas, sabemos que vamos conseguir com estas 20 mil atingir melhorias para as 200 mil ou futuras empresas que venham. E todas as empresas que quiserem podem registar-se, é grátis. Não se paga para usar o logótipo", afirmou.
Tim Vieira afirma que, como desta vez o contexto de crise é mundial, Portugal tem de trabalhar para estar no "top-10" dos países onde é melhor fazer negócios.
A plataforma vai disponibilizar meios tecnológicos para as empresas aderentes e um logótipo nos produtos, serviços e nas lojas, para "dizer aos portugueses que cada vez que escolher Portugal está a escolher emprego, a escolher impostos que estão a ser pagos para pagar a nossa dívida - que vai ser maior -, está a ajudar a nossa saúde, está a fazer toda a parte do país", declarou, sublinhando, contudo, que não é um movimento exclusivamente nacionalista, mas aceita "toda a ajuda que puder ter lá fora".
De acordo com Tim Vieira, o movimento está agora a contactar também com empresas maiores de distribuição, até porque estas estão mais preparadas para contactarem com o sistema financeiro e tecnologicamente.
"Nós agora vamos precisar que essas grandes empresas ajudem as médias e as pequenas. Como? Por usar mais produtos deles, também por fazer pagamentos mais rápidos", explicou, sublinhando que "o 'cash flow' vai ser a sobrevivência de muitas dessas pequenas e médias empresas".
Com a crise pandémica, Tim Vieira antecipa grandes mudanças a nível da forma de fazer negócio. Os países terão tendência para se fecharem em si próprios, o turismo internacional irá afrouxar e terão de ser os consumidores portugueses a "começar a ver as experiências espetaculares" que existem em Portugal. Também para a restauração, se antes tinham a entrega como opção, agora ela será obrigatória.
"Vamos ter de mudar até a maneira de ensinar as nossas crianças, a maneira de irmos para o trabalho, escolher se vamos ou ficamos em casa", considerou.
As candidaturas de adesão e as empresas aderentes podem ser consultadas no 'website' do movimento, em https://www.escolheportugal.pt/, mas também nas suas páginas das redes sociais Facebook e Instagram.