Numa pergunta enviada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, o Bloco de Esuqerda refere que, de acordo com uma notícia do jornal Público, a CP "estará em situação de apenas conseguir pagar salários do mês de abril", uma vez que, devido à covid-19, as receitas caíram cerca de 95% e a empresa já devolveu cerca de um milhão de euros em reembolsos aos clientes por viagens não realizadas.
De acordo com a mesma notícia, "para poder pagar os salários de março e abril, a empresa foi autorizada pelo Governo a usar o saldo da conta de gerência de 2019, que habitualmente fica cativado pelas Finanças", podendo o mesmo já não ocorrer em maio.
"Esta situação não deixa de causar surpresa. Mesmo numa situação de crise pandémica, a CP é uma empresa do setor empresarial do Estado, pelo que não se compreende que a situação esteja num ponto tão extremo", critica.
Para os bloquistas, "é responsabilidade do Governo" garantir que esta empresa "se mantém estável e com capacidade de enfrentar uma crise como a atual".
"Urge que o Governo dê esclarecimentos sobre esta matéria, que poderá deixar milhares de trabalhadores numa situação incomportável, segundo as notícias relatadas", apela.
Assim, o BE pretende saber qual "é o ponto de situação relativamente ao contrato de serviço público" e para quando "se prevê a sua entrada em vigor".
"Não estando ainda em vigor o contrato de serviço público, como pretende o governo garantir o funcionamento da CP -- Comboios de Portugal sem colocar em causa o salário de milhares de trabalhadores", questionam ainda.
Desde o início desta pandemia global que têm surgido inúmeras "alterações e adaptações em matéria de transporte público, nomeadamente na CP-Comboios de Portugal", refere ainda a mesma pergunta.
"Este grupo parlamentar tem vindo a questionar o Governo em vários momentos sobre o estado da empresa, mais recentemente sobre as condições de viagem nos comboios suburbanos, onde a distância física recomendada entre passageiros não era garantida, resultado da redução da oferta de comboios e a consequente diminuição do número de trabalhadores ao serviço", recorda.