"A redução de 90% das receitas, acompanhada da manutenção da infraestrutura, serviços de apoio e postos de trabalho, todos essenciais à retoma que se seguirá, bem como as medidas de segurança sanitárias decretadas, resultam num défice insustentável no tempo e que poderão levar à rotura dos sistemas de transporte do país", apontaram a Transdev e a Arriva, num comunicado conjunto.
Assim, os dois grupos apelaram à concretização da alocação de "recursos e medidas efetivas" ao setor, à semelhança do que aconteceu em outros países da União Europeia, de modo a garantir a continuidade do serviço público de transporte e a sustentabilidade das empresas.
Por outro lado, sublinharam que a falta de um plano de acompanhamento "técnico, sanitário e económico para a mobilidade", associado ao processo de retoma, vai originar "impactos insustentáveis" que poderão levar à falta dos utilizadores no transporte público.
No documento, as duas empresas reconheceram ainda os esforços que o Governo tem feito para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus, embora notem que as medidas apresentadas para o setor são "manifestamente insuficientes".
Os grupos Transdev e Arriva, que se dedicam ao serviço público de transporte de passageiros, contam com 3.500 trabalhadores.
Portugal regista 785 mortos associados à covid-19 em 21.982 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, havia mais 23 mortos (+3%) e mais 603 casos de infeção (+2,8%).
Das pessoas infetadas, 1.146 estavam hospitalizadas, das quais 207 em unidades de cuidados intensivos, e o número de doentes curados aumentou de 917 para 1.143.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".