"Este ano será difícil que haja época alta, pelo menos da forma como nós a conhecíamos", declarou hoje à agência Lusa Luís Pedro Martins, presidente da entidade regional do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
Segundo o responsável, a próxima "época alta vai ser diferente das outras", porque vai haver apenas "turistas nacionais" e só no final do ano de 2020 é que poder-se-á começar a "reconquistar o mercado espanhol".
A retoma do setor na região Norte só deve começar a sentir-se na Páscoa de 2021, altura em que se poderá começar a ter "alguma normalidade" no setor da hotelaria e turismo.
O presidente da TPNP lembrou que o Norte tem "bons argumentos" para a retoma pós pandemia da covid-19, porque tem territórios de baixa densidade populacional como o Douro, Trás-os-Montes, Minho e o Douro e o Alto Tâmega.
"Quem tem o Douro, Trás-os-Montes, o Minho e o Alto Tâmega acho que tem muito bons argumentos para poder ir ao encontro deste novo perfil de turista que se avizinha, pelo menos nesta primeira fase em que o turista necessita também de ganhar alguma confiança", assinalou.
Para Luís Pedro Martins, a retoma deste setor vai ocorrer em três fases.
"Uma que se iniciará a partir do momento em que as regras de confinamento mudem e que estenderá por todo o verão, no início da abertura de uma série de equipamentos relacionados com o setor, desde restauração à hotelaria, algo que eu julgo que até ao final do verão esteja plenamente consolidado. Depois, a segunda fase, já a partir de setembro e até dezembro, onde esperamos iniciar a reconquista do mercado muito importante para o país e para a região que é o mercado espanhol e depois uma terceira fase, que será a Páscoa de 2021", concluiu.
Para o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT), Rodrigo Pinto Barros, a época alta no Norte de Portugal vai ser uma "época remediada" com o mercado interno e espanhol fronteiriço, prevendo também que se comece a sentir "alguma retoma" a partir da Páscoa de 2021.
"Este ano praticamente não vamos ter época alta. Não acredito em época alta. Acredito que vamos trabalhar muito com o mercado português e algum mercado espanhol, nomeadamente o fronteiriço. Estou a ver muito condicionada a questão das ligações aéreas, o que dificulta a vinda de estrangeiros para Portugal", disse Rodrigo Pinto Barros.
Desejando que a previsão que está a traçar "falhe completamente", e que venha aí um "bom verão, o presidente da APHORT considera que o ano de 2020 em "termos de hotelaria e turismo está praticamente fechado" e que só em maio de 2022 é que o setor voltará a igualar os últimos cinco anos.
"Voltaremos a ter alguma proximidade com estes últimos cinco anos a partir de maio de 2022", declarou hoje à agência Lusa o presidente Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT), Rodrigo Pinto Barros).
O setor da hotelaria teve de encerrar portas desde março por causa da pandemia da covid-19 e apenas algumas unidades hoteleiras estão abertas a alojar profissionais de saúde e doentes recuperados da doença, mas sem retaguarda familiar para estar em isolamento.
Portugal regista perto de mil mortos associados à covid-19 e a região Norte é a que regista o maior número de mortos, seguida da região Centro, de Lisboa e Vale do Tejo, Algarve, Açores e Alentejo
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.