Se o consumo de energia for contabilizado corrigindo os efeitos de temperatura e o número de dias úteis do mês, a queda em abril ainda foi ainda maior, de 13,8% em relação ao período homólogo.
Já no mercado de gás natural o consumo nacional teve em abril uma quebra de 26%, com uma diminuição de 13% no segmento convencional (consumo doméstico) e uma redução de 66% no segmento de produção de energia elétrica, de acordo com a REN - Redes Energéticas Nacionais.
Durante o mês de abril, grande parte da economia parou e muitas das empresas grandes consumidoras de energia tiveram a atividade suspensa, na sequência do estado de emergência para travar a pandemia de covid-19.
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
No acumulado desde o início do ano, a evolução anual do consumo de eletricidade regista uma queda de 2,6%.
Já entre janeiro e abril, no mercado de gás natural, foi registado um aumento anual de consumo de 6,6% que a REN atribui ao comportamento positivo do mercado elétrico no primeiro trimestre, antes do estado de emergência, que vigorou a partir de 19 de março.
Quanto ao segmento convencional, o consumo de gás natural caiu 4,1% neste período.
Segundo a REN, em abril as condições hidrológicas foram favoráveis, com o índice de produtibilidade hidroelétrica a situar-se em 1,17 (sendo a média histórica igual a 1), enquanto nas eólicas o índice situou-se em 0,85 (média histórica igual a 1).
A produção renovável abasteceu 69% do consumo nacional, a produção não renovável 17%, enquanto os restantes 14% foram abastecidos com energia importada de Espanha.
Já no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,96 e a produtibilidade eólica em 0,86.
Entre janeiro e abril, a produção renovável abasteceu 69% do consumo (sendo hidroelétrica com 35%, eólica com 26%, biomassa com 6% e fotovoltaica com 2%) e a produção não renovável 28% do consumo, o que segundo a REN aconteceu praticamente apenas com gás natural.
O saldo importador, nos primeiros quatro meses de 2020, foi equivalente a cerca de 2,3% do consumo nacional.
[Notícia corrigida às12h19 do dia 5 de maio de 2020]