Bruxelas divulga na 4.ª feira previsões do impacto económico da Covid-19

A Comissão Europeia publica na quarta-feira as Previsões Económicas da Primavera, as primeiras projeções de Bruxelas sobre o potencial impacto da pandemia da covid-19 na economia europeia, em risco de conhecer uma contração sem precedentes.

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Lusa
05/05/2020 16:18 ‧ 05/05/2020 por Lusa

Economia

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As previsões macroeconómicas do executivo comunitário, com vários indicadores para cada Estado-membro, deverão servir também como referência para as decisões que vierem a ser adotadas sobre a distribuição de apoios aos 27 no quadro do plano de recuperação que a Comissão apresentará em breve, e que terá em conta o impacto da pandemia em cada país.

As anteriores previsões, de inverno, foram publicadas em 13 de fevereiro, numa altura em que o novo coronavírus parecia ser um problema sobretudo da China, o que levou Bruxelas a manter a projeção de crescimento da economia da zona euro em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) tanto este ano como em 2021, cenário que mudou radicalmente desde então, estimando-se agora que a zona euro conheça uma contração bem acima daquela verificada no auge da anterior crise financeira (-4,5%, em 2009).

A referência para já a nível de previsões é o 'Fiscal Monitor' divulgado em 14 de abril pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que antecipa uma recessão de 7,5% na zona euro e de 7,1% no conjunto da União Europeia, como resultado do que já batizou como "Grande Confinamento". Relativamente a Portugal, o FMI antecipa uma contração de 8% no conjunto do ano.

Tanto o vice-presidente executivo da Comissão responsável por "Uma Economia ao Serviço das Pessoas", Valdis Dombrovskis, como o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni -- que apresentará as previsões macroeconómicas na quarta-feira, na sede do executivo comunitário -- já adiantaram que as projeções de Bruxelas relativamente à contração do PIB europeu estão em linha com as do FMI, podendo até ficar um pouco acima.

Recentemente, por ocasião da última cimeira de líderes da UE, celebrada em 23 de abril, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, advertiu os chefes de Estado e de Governo dos 27 que, no pior cenário, a recessão pode ser ainda pior, nada menos do que o dobro do valor antecipado pelo FMI, ou seja, 15%, designadamente se a resposta europeia não for apropriada.

Particularmente sombrias deverão ser também as projeções relativamente ao desemprego, como resultado da paralisação de grande parte da economia europeia devido ao confinamento instaurado para conter a propagação da covid-19.

Em recente entrevista à Lusa, Valdis Dombrovskis admitiu que se assistirá inevitavelmente a "um aumento substancial" da taxa de desemprego em 2020, após ter atingido níveis mínimos na zona euro e na UE.

"Esta é uma situação sem precedentes. Há medidas restritivas em toda a UE e em todo o mundo, pelo que o pico no desemprego é já uma realidade", apontou o vice-presidente da Comissão Europeia.

Segundo as previsões do FMI, o desemprego na área do euro deverá subir para os 10,4% este ano, contra os 7,6% registados no ano passado.

As previsões macroeconómicas da Comissão Europeia serão divulgadas na quarta-feira às 11:00 de Bruxelas, 10:00 de Lisboa.

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