Queda das receitas diamantíferas em Angola vai atrasar reforma do setor
A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) alertou hoje que a queda das receitas e os atrasos na reforma do setor diamantífero em Angola tornam esta indústria menos atrativa, apesar de prever reformas a médio prazo.
© Lusa
Economia Economist
"As receitas mais curtas e os atrasos no processo de reforma, já que as receitas diminuem a capacidade do Governo para lançar essas políticas, vão tornar o setor mais atrativo", escrevem os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist.
Numa nota sobre o setor dos diamantes em Angola, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Economist lembram que já em abril o Governo adiou o processo de contratação dos avaliadores externos de diamantes, mas sublinham que esperam que o processo seja "completado a médio prazo".
O Governo, dizem, ainda não reviu a estimativa de produção de 14 milhões de quilates até 2022, o que deveria garantir uma receita de 1,5 mil milhões de dólares [1,3 mil milhões de euros], mas "esse crescimento pode ser otimista, já que iria implicar um aumento significativo dos fluxos de investimento, o que é improvável não só devido às baixas receitas no setor, mas também aos desafios existentes no ambiente de negócios".
Em 19 de maio, o diretor executivo da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), reviu em baixa a previsão de produção, de 8 milhões para menos de 2 milhões de quilates este ano.
"A queda na produção é causada pela descida na procura de bens de luxo devido à pandemia do novo coronavírus, esta nova e significativamente mais baixa meta colocaria as receitas em cerca de 200 milhões de dólares [183 milhões de euros], o que compara com os 1,3 mil milhões de dólares [1,2 mil milhões de euros] recebidos por Angola em 2019 pela venda de 9,2 milhões de quilates", analisa a EIU.
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