Venda de carros novos não deve atingir mínimos de 2014 mas faltam apoios

O secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) considerou hoje que a venda de carros novos não deve atingir mínimos de 2014, embora seja necessário que o Governo avance com medidas de apoio, o que "tarda a acontecer".

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Lusa
04/06/2020 17:09 ‧ 04/06/2020 por Lusa

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Coronavírus

Para Hélder Pedro, que falava num 'webinar' ACAP e da plataforma Standvirtual, ainda é difícil fazer uma previsão, no entanto, seria "bastante negativo" e pouco provável que a venda de automóveis novos atinja os níveis de 2014.

De acordo com este responsável, vários países têm apontado quebras no mercado de novos entre 30% e 35% e, recentemente, França apresentou uma perspetiva mais positiva de uma quebra de 20%.

Portugal "com uma queda de 30% ficaria, nos ligeiros de passageiros, categoria que constituí um barómetro, com 156 mil carros contra os 142 mil de 2014".

Assim, não é espectável que a queda ultrapasse estes valores, apontou Hélder Pedro, ressalvando que "tudo depende das medidas que sejam tomadas pelo Governo, o que tarda a acontecer".

O secretário-geral da ACAP relembrou que o setor do comércio e reparação automóvel tem um número de pessoas em 'lay-off' (redução do horário do trabalho ou suspensão de contratos), devido ao impacto da pandemia de covid-19, semelhante ao registado na hotelaria e restauração.

"Pedimos ao Governo medidas de incentivo à procura para evitar despedimentos, mas o Governo ainda não anunciou nada", notou.

Os operadores registaram 7.579 automóveis em maio, menos 71,6% face ao período homólogo, enquanto nos primeiros cinco meses do ano o número de veículos colocados em circulação retrocedeu 46,8%, segundo os dados da ACAP.

Por categoria, em maio, foram matriculados em Portugal 5.741 ligeiros de passageiros novos, uma redução de 74,7% face a igual mês do ano anterior.

Entre janeiro e maio, as matrículas de veículos ligeiros de passageiros ascenderam a 53.772 unidades, o equivalente a uma diminuição de 47,9% relativamente ao acumulado dos primeiros cinco meses de 2019.

Por sua vez, o mercado de ligeiros de mercadorias totalizou, no mês de referência, um decréscimo homólogo de 51,3% para 1.691 unidades matriculadas.

No período compreendido entre janeiro e maio foram matriculadas 9.275 unidades neste mercado, uma queda de 39,6% face a igual período do ano anterior.

Já no mercado de veículos pesados, onde se incluem os tipos de passageiros e de mercadorias, em maio, verificou-se uma queda de 68,5%, com 147 veículos comercializados.

Nos primeiros cinco meses do ano, neste mercado, contabilizaram-se 1.276 unidades matriculadas, um retrocesso homólogo de 44,7%.

Portugal contabiliza pelo menos 1.455 mortos associados à covid-19 em 33.592 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais oito mortos (+0,6%) e mais 331 casos de infeção (+1%).

 

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