"Vão manter-se" os 50 euros no limite a pagamentos contactless
A garantia é dada pelo administrador do Banco de Portugal (BdP), Hélder Rosalino, que reforça que o sistema é seguro, não existindo até à data casos associados a fraudes.
© Global Imagens
Economia Hélder Rosalino
O atual administrador do Banco de Portugal, e antigo secretário de Estado da Administração Pública, revelou, em entrevista no programa 'Conversa Capital' da Antena1 e Jornal de Negócios, que "com certeza vão manter-se" os 50 euros nos pagamentos através de contactless, admitindo mesmo que possam tornar-se definitivos.
Com o início da situação pandémica em Portugal, foi feita uma mudança no valor limite permitido (20 euros máximo) neste tipo de operações que permite realizar um pagamento aproximando apenas o cartão do terminal, não sendo necessário introduzir o PIN. O valor máximo passou, inicialmente para 30 euros e, cerca de uma semana depois, o BdP alterou esse montante máximo para 50 euros.
Hélder Rosalino destaca que falamos de um sistema "seguro", vincado que não há até à data conhecimento de quaisquer fraudes associadas a este meio de pagamento. Além disso, acrescenta, os números traduzem a confiança do consumidor.
Durante o período em que vigorou o Estado de Emergência, o pagamento médio por contactless passou dos sete euros para os 21 euros, ou seja, acima do limite dos 20 euros anteriormente permitido. Além disso, acrescenta a RTP3, apesar da redução dos pagamentos em cartão, de março para abril desde ano, houve um aumento de 123% na utilização do contactless.
Ajuda do BCE? "Correspondeu às expectativas"
O antigo secretário de Estado da Administração Publica (2011 a 2013) foi convidado a comentar a recente ajuda anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE), afirmando que, mais uma vez, "o BCE correspondeu às expectativas", e a prova, sustentou, reside no facto de as taxas de juro da dívida pública portuguesa terem recuperado para níveis pré-crise.
Quanto aos bancos, Hélder Rosalino entende que também eles estão a cumprir a sua função, assegurando que "não há aproveitamento" na concessão de crédito, mas sim "uma avaliação de risco que tem de ser feita", apesar de as taxas de juro estarem muito baixas.
Ainda assim, o administrador do BdP assume que estamos perante uma "crise profunda", provocada por uma pandemia mundial, que "vai deixar mazelas".
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