Viagens aéreas "não vão contribuir para propagação" da Covid-19
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação está convicta de que a retoma das viagens aéreas no espaço comunitário "não vai contribuir para a propagação" da covid-19, desde que sejam cumpridas regras sanitárias para evitar "situações de risco".
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Economia Covid-19
"O que podemos garantir é que as viagens aéreas não vão contribuir para a propagação do vírus", sublinhou o diretor executivo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla inglesa), Patrick Ky, em entrevista à agência Lusa.
"Isto quer dizer que se todas as diretrizes e todos os protocolos que estamos a criar forem efetivamente implementados [pelos operadores], conseguimos garantir que o risco de propagação do vírus numa aeronave ou num espaço relacionado é minimizado", acrescentou o responsável.
Com os Estados-membros da União Europeia (UE) a começarem a reabrir as suas fronteiras internas e externas e as companhias aéreas a retomarem as viagens, após uma suspensão de quase três meses por causa do surto de covid-19, a EASA divulgou, juntamente com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, diretrizes de segurança para passageiros, aeroportos e transportadoras aplicarem desde a chegada ao local de partida até à saída no terminal de destino.
"Penso que, com todas as medidas que estamos a propor, haverá bastante confiança na retoma das viagens aéreas", afincou Patrick Ky, notando "não ter dúvidas de que os operadores vão aplicar os procedimentos".
Isto porque "é do interesse de todos que as regras sejam cumpridas de forma consistente", acrescentou.
E estas orientações de segurança começam por incidir naquilo "que o passageiro tem de fazer antes do voo [...], em particular com o facto de evitar viajar estando doente ou com sintomas relacionados com a covid-19 e, seguidamente indicam como deve entrar nos aeroportos, sem acompanhamento de pessoas que não vão viajar, e que deve usar máscara em todos os momentos no aeroporto, como nas zonas de 'check-in' e de segurança, e recorrer sempre que possível ao distanciamento social", elencou Patrick Ky.
Depois, "centram-se no momento de embarque, em como os passageiros devem ser tratados a bordo da aeronave e em como as refeições e as bebidas devem ser servidas", acrescentou o responsável, falando numa "combinação de medidas".
"São, na verdade, procedimentos práticos para ajudar na gestão dos passageiros e para permitir que as viagens aéreas sejam seguras", acrescentou.
Patrick Ky assegurou à Lusa não ter "grandes preocupações" nesta retoma das viagens aéreas, mas apontou duas "situações de risco" relacionadas com "o comportamento dos passageiros".
"Estamos a dizer aos passageiros para não viajarem caso estejam doentes e estamos a fazer algumas medições [de temperatura corporal] para garantir que não apresentam sintomas, mas eles podem insistir em viajar e, assim, colocar outros passageiros em risco", destacou.
E questionou: "O que acontece a bordo de uma aeronave se alguém começa a tossir, a espirrar e a ficar com a temperatura mais elevada?".
Já a outra situação "que tem de ser monitorizada" é o incumprimento, por parte de passageiros, de regras como a utilização de máscara.
"A tripulação de cabine foi formada para lidar com estes casos, mas estas são questões que temos de gerir", concluiu Patrick Ky.
Criada em 2002, a EASA garante a segurança no setor da aviação civil na Europa, monitorizando e promovendo normas harmonizadas para os 27 Estados-membros e outros parceiros económicos da região.
Sediada em Colónia, na Alemanha, e com escritório na capital belga, em Bruxelas, a agência junta autoridades do setor aeronáutico a nível europeu, incluindo a portuguesa Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
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