"Quero agradecer a Mário Centeno pelo seu trabalho árduo e quero manifestar o meu reconhecimento pessoal", declarou Klaus Regling, falando em conferência de imprensa após Mário Centeno ter participado na sua última reunião do Conselho de Governadores do MEE.
"Durante os últimos dois anos e meio, conseguiu-se fazer muita coisa", acrescentou o responsável.
Também presente na conferência de imprensa - que decorreu por videoconferência, assim como a reunião, dada a pandemia de covid-19 - o presidente do Eurogrupo e ministro português das Finanças cessante, Mário Centeno, aproveitou a oportunidade para manifestar "profunda gratidão ao Conselho de Governadores e a toda a equipa do MEE por ajudarem e protegerem o euro".
"No meu papel de governador, que desempenhei durante dois anos e meio, tomámos importantes decisões em conjunto", frisou, aludindo a questões como o programa de resgate financeiro à Grécia, o acordo para a reforma do MEE e, mais recentemente, o programa de empréstimos a condições favoráveis devido à crise gerada pela covid-19.
Em causa estão "muitas mudanças e melhorias para a moeda única, todas feitas através do MEE, o que demonstra que esta instituição é e vai continuar a ser um instrumento forte para aprofundar a zona euro", concluiu Mário Centeno.
Com a sua saída do Governo -- que se concretizará já na próxima segunda-feira, mediante a tomada de posse de João Leão --, Mário Centeno deixa também o Conselho de Governadores do MEE, cargo que desempenhou devido à presidência do Eurogrupo.
Eleito em 04 de dezembro de 2017 para a presidência do Eurogrupo, por um período de dois anos e meio, Mário Centeno despede-se do cargo em julho, tornando-se o primeiro presidente do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro a cumprir apenas um mandato.
Centeno foi o terceiro presidente do Eurogrupo, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker (2005-2013) e do holandês Jeroen Dijsselbloem (2013-2018).
O seu mandato termina num contexto de crise económica, na Europa e em todo o globo, causada pelo "Grande Confinamento" motivado pela pandemia da covid-19.
Há dois dias, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento.
Hoje, o MEE divulgou também o seu relatório anual relativo a 2019, que foi aprovado na reunião do Conselho de Governadores, no qual estima que a pandemia de covid-19 terá um "impacto económico substancial" em Portugal, criando "uma incerteza significativa" nas contas portuguesas, embora reconheça as "importantes medidas" adotadas pelo país para minimizar as consequências.