O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, disse, esta quarta-feira, na Assembleia da República, que também ficou "estupefacto" com as declarações do presidente do Novo Banco, António Ramalho, repetindo a palavra usada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Se estou estupefacto com as declarações do presidente do Novo Banco? Sim, estou", disse João Leão, repetindo que as mesmas foram proferidas "fora de tempo".
António Ramalho afirmou, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que "a deterioração da situação económica leva a necessidades de capital ligeiramente suplementares" às que estavam estimadas para este ano e que foram comunicadas ao Fundo de Resolução.
O ministro das Finanças admitiu, na terça-feira, no parlamento que o Estado poderia intervir no Novo Banco "enquanto acionista", excluindo a injeção de capital ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente, com limite de 3,9 mil milhões de euros e considerou as declarações de Ramalho como sendo "extemporâneas".
O Banco de Portugal (BdP) esclareceu, na terça-feira, que os contratos sobre a venda do Novo Banco não preveem que, em cenários adversos como uma pandemia, o Estado tenha de injetar dinheiro para manter a solidez da instituição financeira.
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