"news_bold">"A atuação das autoridades na Europa foi avassaladora nesta crise e isso faz com que seja gerida de forma completamente diferente", adiantou a responsável, durante mais uma edição das Real-Life Flash Talks, do ISCTE Executive Education, intitulada 'Dívida pública e financiamento - como gerir a incerteza em tempos de pandemia? Precisa também a gestão da dívida pública de se reinventar?'.
Para Cristina Casalinho, ainda que os sinais sejam semelhantes aos da crise entre 2008 e 2012, são "ambientes distintos e a diferença é que as autoridades atuaram muito rapidamente", destacando-se a rapidez da implementação do programa de compras do Banco Central Europeu (BCE), vincou.
Além disso, "as instituições que foram usadas agora foram criadas em 2012", realçou, indicando que "há muito mais sinais de solidariedade" do que na crise anterior.
Também "os próprios Estados aprenderam com o passado, as dívidas são mais longas, os reembolsos diminuíram", tendo em conta que "a maturidade média das dívidas aumentou", para 30, 50 e até 100 anos, referiu.
Cristina Casalinho lembrou ainda que nessa altura "não havia 'almofadas' financeiras e agora há até nos EUA", e que "a resposta que foi dada é mais de longo prazo do que a dada anteriormente, e numa perspetiva de mais coesão".
Para a presidente do IGCP, foram privilegiadas medidas de preservação de emprego, acesso a linhas de crédito, para uma "economia mais produtiva e competitiva através de transição energética".
"Fala-se em completar união bancária e mercado único de capitais. Acho que há uma versão mais holística da resposta", defendeu.
Questionada sobre a poupança em Portugal, a líder da agência reconheceu que "é baixa, mas isso tem associado o facto de o rendimento ser baixo".
Ainda assim, "a nível de redes de segurança, Portugal é relativamente bom comparado com outras economias avançadas. Havendo um Estado que como fornecedor de bens públicos não é assim tão mau, as pessoas talvez não tenham necessidade de fazer essa poupança", referiu.