Há cada vez mais jovens a prolongar a estadia em casa dos pais. Em 2017, 63,4% dos jovens adultos em Portugal - com idades entre os 18 e os 34 anos - ainda viviam na casa dos pais, de acordo com o estudo 'Habitação Própria em Portugal numa Perspetiva Intergeracional', realizado pela Gulbenkian.
E há motivos. O mesmo estudo revela que os baixos salários e a instabilidade do emprego são algumas das razões que contribuem para que esta taxa continue a crescer.
"Portugal tem um dos valores europeus mais elevados de jovens adultos entre os 18 e 34 anos a viver em casa dos pais, tendo aumentado de 55,2% em 2004, para 63,4% em 2017. A crise económica agravou a instabilidade no emprego, reduziu os rendimentos, e contribuiu para prolongar a permanência dos jovens em casa dos pais", pode ler-se no estudo da Fundação Gulbenkian.
Os dados da Gulbenkian analisam a tendência desta taxa desde 2004, ano em que se situava nos 55,2%. Depois, manteve o crescimento até 2010, ano a partir do qual se assistiu a uma ligeira descida. De 2012 (60,5%) até 2017 a trajetória foi de crescimento - à exceção de 2016.
Em 2017, 63,4% dos jovens adultos moravam em casa dos país© 'Habitação Própria em Portugal numa Perspetiva Intergeracional', estudo da Gulbenkian
Qual o papel dos Governos? De acordo com o mesmo estudo, há duas formas diferentes de os governos intervirem nesta situação: "O primeiro é garantir que todos os jovens tenham oportunidades iguais de deixar a casa dos pais e viver de forma independente; o segundo é melhorar o acesso dos jovens à habitação", pode ler-se.
A Fundação #Gulbenkian promoveu um estudo para avaliar o acesso de várias gerações a um direito fundamental: a Habitação.Veja os dados do estudo Habitação Própria em Portugal - uma perspetiva intergeracional.https://t.co/hCdvy1stYD
— Fundação Calouste Gulbenkian (@FCGulbenkian) July 15, 2020
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