CTT passam de lucros a prejuízos de 2 milhões no primeiro semestre
Os CTT registaram no primeiro semestre deste ano prejuizos de dois milhões de euros, o que compara com lucros de nove milhões de euros em igual período de 2019, divulgaram hoje os Correios de Portugal.
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Economia Correios
"O resultado líquido foi de -2 milhões de euros, que compara com +9 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, impactado pela evolução negativa do EBIT, parcialmente compensada pelo comportamento positivo do imposto sobre o rendimento do período", referem os CTT, em comunicado.
Nos primeiros seis meses do ano, os rendimentos operacionais ascenderam a 349,2 milhões de euros, uma redução de 1,6%, em termos homólogos, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Os CTT referem que os rendimentos operacionais, no semestre em análise, cresceram "em todas as áreas de negócio, com exceção do correio e outros, significativamente afetado pela pandemia de covid-19".
O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações [EBITDA] atingiu 33,4 milhões de euros, menos 28% do que um ano antes, "fortemente impactado pelo correio e outros" e o EBIT [resultado operacional] caiu 75,3% para 4,9 milhões de euros.
Os Correios referem que, no segundo trimestre, "a área de expresso e encomendas registou o valor de rendimentos mais alto de sempre e o maior EBITDA dos últimos cinco anos".
A contribuir "para os rendimentos operacionais estiveram as áreas de negócio de Banco CTT (63% acima do período homólogo do ano passado), expresso e encomendas (+16,9%) e serviços financeiros e retalho (+1,2%), levando a que a redução nos rendimentos operacionais, devido à queda do correio e outros, fosse de 1,6% face ao primeiro semestre de 2019".
"Foi com enorme responsabilidade que os CTT assumiram a missão de apoiar o funcionamento da economia neste difícil contexto para as empresas e para as pessoas, mantendo a operação a funcionar, mas garantindo a segurança de todos os trabalhadores e cumprindo todas as recomendações das autoridades", refere o presidente executivo, João Bento, citado em comunicado.
"Soubemos reagir e lançámos uma série de serviços digitais inovadores, dos quais destaco o CTT Comércio Local, o Criar Lojas Online e as Feiras e Showrooms no Dott, apoiando a transição digital das empresas, com especial ênfase nas PME, e dos pequenos comerciantes. Estas iniciativas permitiram que o segmento de expresso registasse o melhor EBITDA trimestral dos últimos cinco anos", explica o gestor.
"Durante todo período da pandemia temos vindo a reforçar as equipas de forma significativa, com mais de 800 elementos (e um acréscimo líquido superior a 400), a maioria dos quais em funções de carteiro e prosseguimos com várias iniciativas para reforçar a capacidade e melhorar a oferta, nomeadamente o reforço da frota operacional de transportes e distribuição, o desenvolvimento de novas instalações adaptadas a tráfego de maior volumetria e a continuação do plano de abertura de lojas próprias em sede de concelho, iniciativa voluntária e acelerada imediatamente após o alívio das medidas de confinamento", prossegue João Bento.
"Vamos continuar a lançar serviços inovadores, a apoiar o crescimento da economia e a reforçar a proximidade às populações, ligando pessoas e empresas, com entrega total", assevera o presidente executivo.
A área do segmento de correio "foi muito afetada pelo confinamento e pelo arrefecimento da economia desde a segunda metade do mês de março até maio, em consequência da covid-19" e esta situação "implicou a redução do horário de funcionamento das lojas dos CTT que se traduziu numa menor procura de serviços B2C", apontam os CTT.
"Também no segmento B2B [entre empresas] se verificou uma redução da atividade, com particular destaque para os setores da banca e 'utilities' [serviços básicos] e, ainda, da Administração Pública pelo encerramento ou suspensão da atividade de diversos organismos públicos e preparadores de correio", pelo que os rendimentos operacionais de correio registaram uma queda de 13,7%, para 202,8 milhões de euros.
Os rendimentos operacionais do segmento expresso e encomendas atingiram 85,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, crescendo 12,3 milhões de euros (+16,9% homólogos).
Os Correios de Portugal "preveem a manutenção da dinâmica positiva das alavancas de crescimento da empresa" no pressuposto da recuperação gradual da economia e do aliviar da pandemia.
"Embora se preveja que o correio sofra quebras nas correspondências (extratos) e no correio publicitário, que deverão conduzir a uma queda de dois dígitos do tráfego de correio endereçado no exercício, espera-se um desempenho continuadamente positivo do expresso e encomendas, do Banco CTT e dos serviços financeiros", refere a empresa.
O segmento expresso e encomendas "deverá manter-se como o principal motor de crescimento, impulsionado pela continuada progressão do comércio eletrónico, em aproximação da média dos mercados desenvolvidos, e pelo contínuo aumento de quota de mercado", enquanto o Banco CTT "está suficientemente provisionado e bem capitalizado para enfrentar potenciais desafios no segundo semestre".
O segmento dos serviços financeiros, acrescenta, "beneficiarão da crescente tendência de poupança da população portuguesa, o que constitui um bom prognóstico para a colocação da dívida pública, pelo que todos, com a exceção do Correio, deverão ver os rendimentos e o EBITDA a aumentar".
Na segunda metade do ano, "serão lançadas várias iniciativas de melhoria operacional com enfoque nas margens e nos gastos", adiantam os Correios.
"A notável recuperação que se verificou no final do segundo trimestre de 2020 constitui um incentivo para o resto do exercício. Em resultado da atual dinâmica comercial de combate à súbita queda do correio, os CTT esperam atingir um crescimento nos rendimentos operacionais, impulsionado pela área de expresso e encomendas, assim como atingir um EBITDA superior a 90 milhões de euros e um EBIT de mais de 30 milhões de euros no exercício de 2020", concluem, no comunicado.
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