CP disposta a aceitar "retoma imediata a 100%" nos bares dos comboios
A CP - Comboios de Portugal está disposta a aceitar a "retoma imediata do serviço a 100%" nos bares dos comboios de longo curso, permitindo que os 120 trabalhadores a Risto Rail voltassem ao trabalho, segundo fonte sindical.
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Economia Sindicato
"A CP informou-nos de uma proposta para retomar o serviço a 100%, o que para nós é uma novidade", indicou à Lusa Francisco Figueiredo, dirigente da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht), depois de um plenário, junto à sede da operadora.
O responsável referiu que a operadora "agora até admite o reforço dos trabalhadores nos comboios, para melhorar higiene, limpeza e proteção", alertando no entanto que ainda "há propostas e contrapropostas e divergência de informações" e anunciando que está marcada uma reunião na segunda-feira no Ministério do Trabalho, para ajudar a resolver esta questão.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da CP disse apenas que "as negociações estão em curso, há algumas semanas, não havendo ainda acordo final".
No dia 15 de julho, Francisco Figueiredo deu conta de uma reunião ocorrida entre os sindicatos e a Risto Rail, concessionária do serviço de bares e restaurantes nos comboios da CP, em que a empresa disse que não colocaria em Portugal "nem mais um cêntimo".
Em causa está a suspensão do serviço, devido à covid-19, que levou a que a CP deixasse, de acordo com o dirigente sindical, de pagar uma mensalidade de perto de 120 mil euros à empresa.
"Como medida de prevenção de contactos e garantia de cumprimento das medidas de distanciamento social, decorrentes da pandemia por covid-19, a CP viu-se forçada a suspender a prestação dos serviços a bordo dos comboios de Longo Curso, Alfa Pendular e Intercidades, desde o passado dia 19 de março de 2020", disse, por sua vez, a CP, em resposta escrita à Lusa.
De acordo com a mesma fonte oficial, em junho a operadora "encetou negociações com o prestador de serviços [Risto Rail] com vista à retoma do serviço de bar, nos referidos comboios, alinhado com o cenário de pandemia que se vive e com os constrangimentos daí resultantes".
Esta quarta-feira a porta-voz do grupo LSG, a marca de 'catering' da Lufthansa, que detém a Risto Rail recordou que esta empresa "não tem estado a prestar serviços a bordo dos comboios da CP desde 19 de março" o que levou à decisão de "colocar os 120 trabalhadores em 'lay-off'".
O grupo LSG realçou que a decisão de suspender o serviço foi da CP, devido à pandemia de covid-19 e que, depois das primeiras medidas de desconfinamento, "a Risto Rail contactou a operadora imediatamente para retomar as atividades nos termos contratuais. Apesar de várias propostas da Risto Rail e de reuniões com a DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho], nenhum acordo foi atingido", de acordo com a mesma fonte.
"A nossa última proposta foi clara", referiu a mesma fonte, salientando que a empresa "está pronta para uma retoma parcial do serviço de bares até 30 de novembro (como pedido pela CP) se a operadora estiver preparada para um regresso total da atividade em dezembro, para que todos os trabalhadores possam então voltar ao trabalho".
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