A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, quebrou o silêncio, esta terça-feira, depois da polémica entrevista que deu Expresso em que assumiu não ter lido o relatório sobre o surto num lar de Reguengos de Monsaraz, admitindo que os lares são uma "prioridade total". A governante assumiu ainda que já teve oportunidade de ler o relatório da Ordem dos Médicos.
"Desde o início que os lares têm sido uma prioridade total do Governo", disse Ana Mendes Godinho, em declarações transmitidas pela TVI24.
Questionada sobre as conclusões que podem ser já retiradas sobre o relatório, Mendes Godinho não se adiantou: "Toda a informação foi remetida ao Ministério Público. É nessa sede de processo que devem ser analisadas todas as matérias que constam dos relatórios produzidos (...) claramente, o que estamos a fazer é reforçar todos os meios", respondeu a ministra.
"A minha missão tem sido criar todos os mecanismos para responder a um momento, a uma pandemia, para a qual ninguém estava preparado", disse a ministra, justificando que foi criado um grupo de trabalho para acompanhar os lares diariamente na "implementação das medidas".
De recordar que Mendes Godinho tem sido criticada por causa das suas declarações ao jornal Expresso, no fim de semana, por ter admitido que a dimensão dos surtos de Covid-19 "não é demasiado grande em termos de proporção".
Questionada sobre se tem condições para continuar no cargo, a ministra preferiu não responder.
A governante disse ainda que conta com o apoio de todos os que "estão no terreno", afirmando por diversas vezes que a sua "missão" é acompanhar os desenvolvimentos em torno do setor social.
Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, saiu em defesa de Ana Mendes Godinho, esta terça-feira, justificando que mantém "toda a confiança na ministra e no trabalho excecional que tem vindo a fazer".
"Não vale a pena pedirem a demissão de um membro do Governo porque, quando não tiver confiança, resolvo o problema", atirou Costa.
[Notícia atualizada às 14h25]