João Leão. IRS em agosto aumentou 7%, mas "cenário é de grande incerteza"

O ministro de Estado e das Finanças revelou que a receita de IRS subiu pela primeira vez no mês de agosto, face ao ano anterior, mas alertou que as perspetivas de futuro são revestidas de grande incerteza, por causa da evolução da pandemia. Sobre a taxa de desemprego, indicou que ficará "perto dos 9%, 10%".

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Anabela Sousa Dantas
09/09/2020 23:31 ‧ 09/09/2020 por Anabela Sousa Dantas

Economia

João Leão

João Leão revelou esta noite de quarta-feira que a receita de IRS referente ao mês de agosto assistiu a um aumento de 7% face ao ano anterior, quando falava no espaço da Grande Entrevista da RTP3. "O IRS que vai sair agora, do mês de agosto, depois de quedas muito acentuadas desde abril, pela primeira vez teve um aumento face ao ano anterior", explicou o ministro de Estado e das Finanças.

Ainda que tenha falado num "aumento de 7% face ao ano anterior" em termos globais, o governante detalhou que "corrigindo efeitos que não são comparáveis", ou seja, retirando da equação a recuperação esperada depois de se sair de um estado de emergência, "o IRS, pela primeira vez, em agosto, aumentou face ao ano anterior em 1%".

Questionado sobre os motivos para este crescimento, João Leão lembrou que "a receita caiu de forma muito acentuada, sobretudo no 2.º trimestre" e indicou que a retoma da atividade económica e saída dos trabalhadores do regime de lay-off simplificado "traduziu-se no aumento de 1% face ao ano anterior", mesmo "corrigindo os efeitos temporais".

"Neste contexto é um sinal positivo, mas também não quero estar a exagerar os sinais positivos porque nós estamos todos conscientes de que há queda muito significativa da receita fiscal ate ao mês de julho, quando estava a cair 15% face ao ano anterior", alertou o ministro, lembrando que a evolução da receita e evolução da despesa "vai implicar que o nosso saldo orçamental de 0,2% do PIB passe, este ano, para um valor que está em torno 7% do PIB".

Questionado sobre se acredita nessa previsão - de 7% do PIB - João Leão defendeu que se atravessa um "cenário de grande incerteza", mas que a administração acredita nessa previsão, embora ainda sem atualização de estimativas. "Vamos atualizar estimativas dentro de um mês, quando entregarmos o Orçamento do Estado", clarificou.

"Este ano, dificilmente a taxa de desemprego ficará acima dos 9%, 10%"

No início da entrevista, o economista revelou que o "2.º trimestre foi o pior trimestre da pandemia, em que economia caiu 16%", tendo-se assistido no 3.º trimestre a "sinais de recuperação, até um pouco acima do que estávamos à espera".

Porém, mesmo referindo que há "indicadores de recuperação significativa", admitiu que também existem "elementos de grande incerteza", porque a "pandemia, em toda a Europa, está a evoluir num sentido pior do que o esperado". "Temos que ter presente que são sinais de grande incerteza e vai depender da evolução da economia", reiterou.

"Ao nível do emprego e do desemprego o pior ainda não passou e vamos ter algum período ainda de desemprego relativamente elevado, que pode chegar a valores próximos dos 9%, 10%, quer este ano, quer o próximo, sendo que as estimativas para o próximo ano são ainda bastante incertas", revelou João Leão, garantindo que, "este ano, dificilmente a taxa de desemprego ficará acima dos 9%, 10%", para onde apontam as estimativas do ministério. Ainda assim, reforça, tudo num "contexto de grande incerteza".

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