Roma e Euronext apresentam proposta para comprar Bolsa de Milão
A empresa pública italiana Caixa de Depósitos e Empréstimos (CDP) e a Euronext apresentaram uma oferta conjunta não vinculativa para comprar a Bolsa de Milão, depois do atual proprietário, Bolsa de Londres, a ter colocado à venda, foi hoje anunciado.
© Reuters
Economia Euronext
"O conselho de administração da CDP e (a empresa holding) CDP Equity decidiram na quinta-feira lançar conjuntamente com a Euronext uma oferta não vinculativa à Bolsa de Valores Italiana em relação ao processo de venda iniciado pelo Grupo da Bolsa de Valores de Londres", informou a empresa pública CDP num comunicado hoje divulgado.
O período para apresentação das ofertas terminava inicialmente hoje, mas os meios de comunicação italianos asseguram que foi prolongado até à próxima segunda-feira.
A Bolsa de Londres comprou a Bolsa de Milão em 2007 por cerca de 1,6 mil milhões de euros (cerca de 1,893 mil milhões de dólares às taxas de câmbio atuais) e acaba de colocá-la à venda para obter a aprovação das autoridades europeias na compra do fornecedor de dados Refinitiv, controlado em 55% pela Blackstone e 45% pela Thomson Reuters, por 27 mil milhões de dólares (cerca de 22,8 mil milhões de euros).
Londres irá vender tanto o mercado organizado oficial italiano, Borsa Italiana, como a plataforma de negociação de obrigações soberanas italiana MTS.
O ministro da Economia italiano, Roberto Gualtieri, disse recentemente que a plataforma comercial italiana é "um ativo estratégico" que pode "contribuir para a recuperação" da economia do país, e é por isso que está confiante de que tanto a bolsa de valores italiana como a plataforma da dívida soberana não acabarão nas mãos de empresas de fora da zona euro.
"Só assim poderemos libertar o potencial real, para empresas e investidores, de um mercado de capitais totalmente integrado e eficiente, reforçando também a competitividade global do sistema financeiro europeu", disse ele.
Em abril, Itália reforçou a denominada "potência dourada", ou seja, o poder do Estado de intervir em operações de mercado em empresas italianas consideradas "estratégicas" contra interferências estrangeiras hostis e incluiu infraestruturas de mercado como a bolsa de valores italiana.
De acordo com os media italianos, o grupo Six, que controla o índice de Zurique e adquiriu recentemente a Bolsas y Mercados Españoles (BME), e a Deutsche Börse estariam também interessados em comprar a Bolsa de Milão.
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