As empresas deverão enfrentar, ao longo dos próximos meses, um "cenário de recuperação muito gradual" para os níveis anteriores à pandemia, de acordo com um estudo do Banco de Portugal (BdP). As empresas de grande dimensão e dos sectores do alojamento e restauração e dos transportes e armazenagem são os que vão precisar de mais tempo para recuperar.
"Este cenário de recuperação muito gradual deverá manter-se nos meses seguintes. Com efeito, em junho, 29% das empresas estimavam que o regresso do volume de negócios a um nível pré-pandemia não deveria ocorrer até ao final de 2020", pode ler-se no estudo do BdP.
Além disso, a recuperação não será transversal. Dependerá de setor para setor e antecipa-se que o alojamento e restauração e o dos transportes e armazenagem são os que vão precisar de mais tempo para recuperar
"As empresas de grande dimensão e dos setores do Alojamento e restauração e dos Transportes e armazenagem são as que sobressaem nesta situação, antecipando períodos mais longos de retorno à normalidade", pode ainda ler-se no estudo, que utiliza dados do inquérito excecional às empresas do BdP e do INE.
Refere ainda o estudo que "neste contexto de impactos significativos e duradouros sobre as vendas, é esperado que as empresas procurem estratégias que as tornem mais resilientes a choques".
Ora, isto passará pela "diversificação dos mercados-alvo, por exemplo, surge habitualmente como uma forma de mitigar quebras na procura em clientes específicos. No entanto, uma avaliação feita em junho aponta para que apenas uma parcela pequena de empresas (16%) esteja a pensar redirecionar os mercados-alvo devido à Covid-19", pode ainda ler-se.