IATA alerta para fim de postos de trabalho ligados à aviação em África

A maioria dos 7,7 milhões de postos de trabalho relacionados com a aviação em África vai acabar este ano devido ao encerramento do tráfego aéreo por causa da pandemia de covid-19, anunciou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

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Lusa
01/10/2020 17:02 ‧ 01/10/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

A organização referiu hoje que os danos causados à indústria aeronáutica africana e às economias pelo encerramento do tráfego aéreo se agravaram.

De acordo com novos dados publicados pelo Grupo de Ação do Transporte Aéreo, a que a IATA pertence, 4,5 milhões de empregos africanos serão este ano perdidos na aviação e nas indústrias apoiadas pela aviação.

"Isto representa bem mais de metade dos 7,7 milhões de postos de trabalho relacionados com a aviação na região", segundo a IATA.

A associação alertou ainda para a perda de 172.000 postos de trabalho na aviação, em 2020, o que representa cerca de 40% dos 440.000 postos de trabalho do setor da aviação na região.

O Grupo de Ação do Transporte Aéreo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) suportado pela aviação na região caia até 37 mil milhões de dólares (31,484 mil milhões de euros), ou seja, 58% abaixo dos níveis anteriores à covid-19.

"O fecho das ligações aéreas em África tem graves consequências sociais e económicas para milhões. A ausência de rendimentos significa a falta de uma rede de segurança social para muitos. Os governos precisam de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para voltar a ligar o continente em segurança", afirmou o vice-presidente regional da IATA para África e o Médio Oriente, Muhammad Albakri.

E acrescentou: "Manter as fronteiras fechadas ou impor medidas, como quarentenas, que impeçam as viagens aéreas, resultará na perda de muitos mais meios de subsistência e numa maior retração económica, juntamente com dificuldades e pobreza".

Defendendo uma "recuperação acelerada dos transportes aéreos em toda a região" para "minimizar o impacto no emprego e na economia africana em geral", advogou a realização de testes à covid-19, como alternativa às medidas restritivas de quarentena.

Em África, 31 países estão a abrir as suas fronteiras às viagens aéreas regionais e internacionais.

Em 22 países, contudo, os passageiros ainda estão sujeitos a uma quarentena obrigatória de 14 dias, o que acaba por impedir as pessoas de viajar.

A IATA exige "a realização de testes sistemáticos aos passageiros antes da partida".

"Isto permitirá aos governos abrir as fronteiras em segurança, sem quarentena, e apoiar melhor os esforços de recuperação", adiantou a organização.

Para Muhammad Albakri, "as medidas de quarentena estão a prejudicar a recuperação da indústria e a afetar a sua capacidade de apoiar o desenvolvimento social e económico".

"Os testes para a covid-19 permitirão que a África e o mundo se voltem a ligar e recuperar em segurança", apontou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 35.962 mortos confirmados em mais de 1,4 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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