"Portugal é um país relativamente pequeno e tem dado cartas no contexto mundial no que toca, por exemplo, ao turismo e, portanto, o tamanho [da TAP] a mim não me assusta, estou mais preocupada com eficiência, eficácia e qualidade, muito honestamente", referiu a governante com a pasta do turismo.
A transportadora aérea portuguesa está a ser alvo de um processo de reestruturação, cujo plano tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro, no âmbito de um empréstimo estatal de até 1,2 milhões de euros, que implica a redução da sua dimensão, cortando frota e trabalhadores.
Apesar de entender não ser da sua competência ajuizar sobre a dimensão da TAP, a secretária de Estado sublinhou que se trata de um parceiro estratégico para o turismo do país, lembrando que um terço dos passageiros desembarcados em 2019 voou pela TAP.
Assim, Rita Marques sublinhou a importância de uma companhia aérea de bandeira forte para o país, capaz de atrair mercados emissores importantes para o turismo.
Em relação ao novo aeroporto no Montijo, a governante considerou que se trata de uma "infraestrutura importantíssima" para o turismo e que espera que estejam reunidas as condições para "materializar esse investimento o mais depressa possível, sendo certo que não valeria a pena agora discutir outras alternativas".
Durante a sessão de abertura da V Cimeira do Turismo, na segunda-feira, em Lisboa, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, indicou que é preciso "trabalhar de imediato" no projeto do aeroporto de Lisboa.
No início do ano passado, a ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para ampliar o Aeroporto Humberto Delgado e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.
Nos termos da lei atual, para que o projeto do Montijo avance, é necessário um parecer positivo de todos os municípios afetados pela operação da infraestrutura, sendo que Moita e Seixal já se manifestaram contra.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, tem defendido uma eventual alteração àquela lei, argumentando que a construção de infraestruturas de importância nacional não deve ficar dependente de alguns municípios.