A conferência, que tem o apoio da Câmara de Comércio Luso-Americana, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Embaixada de Portugal nos Estados Unidos e Ministério dos Negócios Estrangeiros, deveria ter lugar em Miami, Flórida, mas foi adaptada para o ambiente virtual por causa da pandemia de covid-19.
A escolha do tema deveu-se ao facto de os membros do PALCUS colocarem esta questão à organização, disse à Lusa a 'chair' do conselho, Angela Simões, explicando que o interesse dos luso-americanos no país cresceu consideravelmente nos últimos anos.
"Por exemplo, querem comprar uma casa de férias, ou estão a pensar que não vão ficar nos Estados Unidos para o resto da vida e querem preparar a reforma em Portugal", disse a responsável. Outros "estão na tecnologia e se calhar querem ser investidores numa 'startup' em Portugal", exemplificou.
A conferência irá abordar diferentes cenários para os luso-americanos interessados em fazer negócios, investir ou comprar propriedades.
A sessão de abertura incluirá uma apresentação do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e estão também previstos painéis com o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, o diretor da AICEP nos Estados Unidos, João Mota Pinto, e o diretor executivo da StartUp Lisboa, Miguel Fontes, entre outros.
"As pessoas poderão aprender a investir em si e na sua família, melhorar iniciativas de negócios que possam estar a considerar", descreveu Angela Simões. "É uma forma de a comunidade nacional e internacional se juntar".
A conferência será também usada para lançar uma nova organização, 'Portuguese Women's Empowerment Alliance' (Aliança para o Empoderamento de Mulheres Portugueses), uma aliança impulsionada pela CEO da empresa de design de interiores Koket, Janet Morais, para juntar mulheres luso-americanas.
"A PALCUS vai ajudar a lançar esta organização, que vai ser um grupo de 'networking' para mulheres portuguesas, para que se ajudem em negócios, arte, marketing, qualquer que seja a indústria", afirmou Angela Simões.
"É algo que não existiu até aqui", disse. "Têm havido iniciativas gerais mas não havia uma especificamente para mulheres portuguesas".
Será lançada também a 'PALCUS NextGen Leadership Academy', uma academia virada para lusodescendentes entre os 18 e os 35 anos com o intuito de "desenvolver as suas capacidades de liderança" através de 'workshops'. David Simas, CEO da Fundação Obama, fará uma apresentação durante este lançamento.
Em paralelo, haverá uma exposição virtual de artistas portugueses e luso-americanos, sob o tema "Portuguese American Art Gallery", com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), Embaixada de Portugal e Câmara de Comércio.
No global, a organização prevê que as sessões irão atrair "dezenas de milhares de pessoas", tanto ao vivo como em diferido, uma vez que os vídeos serão disponibilizados de imediato.
"A vantagem de ser virtual é que podemos gravar e assim chegar a uma audiência muito mais vasta", disse Angela Simões. "Alguém na Califórnia que não iria à conferência em Miami agora tem a oportunidade de assistir e aprender alguma coisa".
No entanto, a pandemia de covid-19 obrigou ao cancelamento da gala que estava prevista, eliminando uma das maiores fontes de receita do PALCUS.
"Temos consciência de que não vamos conseguir angariar os fundos que conseguiríamos numa gala", disse Angela Simões. "Mas, ao mesmo tempo, não teremos os custos de uma gala".
Para ajudar a financiar as suas iniciativas, que incluem estágios e bolsas de estudo, a organização "teve de ser criativa", explicou a responsável, referindo o lançamento de livros, t-shirts, chapéus e ornamentos de Natal para venda.
Quando a situação permitir, o PALCUS regressará aos eventos presenciais, "porque há algo importante no facto de as pessoas se juntarem" e haver "membros de todo o país a interagirem em pessoa".
Ainda assim, Angela Simões garantiu que o conselho irá "manter uma componente virtual forte", mencionando que os 'webinars' que têm organizado em 2020 obtiveram "muito sucesso".