Quase 40% das empresas preveem reduzir investimento em mais de metade

Quase 40% das empresas preveem diminuir o investimento, em média em 53% no próximo ano face a 2019, mostram os resultados de um inquérito apresentado hoje pela CIP -- Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

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Lusa
19/10/2020 17:59 ‧ 19/10/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

O inquérito é o oitavo feito no âmbito do "Projeto Sinais Vitais", desenvolvido pela CIP em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, e abrangeu 558 empresas, 77% das quais são micro e pequenas empresas.

De acordo com o documento, "39% das empresas pensam diminuir investimento de 2021 versus 2019", sendo que "o mais preocupante é a quebra média de 53%".

Por outro lado, 43% das empresas inquiridas preveem manter o investimento em 2021, enquanto 18% antecipam um aumento face a 2019.

O presidente da CIP, António Saraiva, preferiu destacar que "um número significativo de empresas, 61% ou o mantém ou o vai aumentar [o investimento], e em média na ordem dos 33%, o que demonstra que, apesar da crise e porque todas as crises encerram oportunidades, as empresas mantêm esta expectativa de melhorarem".

O estudo mostra ainda que 17% das empresas admitem diminuir o número de trabalhadores nos últimos três meses de 2020, face ao mesmo período de 2019, uma percentagem que melhorou ligeiramente face ao inquérito anterior, apresentado em setembro, quando 21% das empresas previam reduzir postos de trabalho.

A redução do número de trabalhadores é estimada em 25% em média.

A CIP realça que, ainda assim, a percentagem de empresas que estima reduzir trabalhadores "é bem melhor do que a previsão de quebra de vendas, o que significará um esforço das empresas em manter postos de trabalho face à quebra de vendas".

"As expectativas de vendas das empresas respondentes para os próximos três meses é claramente negativa face a 2019 (com 60% a esperarem uma diminuição versus 12% a esperarem um crescimento)", lê-se no documento.

Das 60% das empresas que esperam diminuir vendas, a média da quebra esperada é de 36%, enquanto as empresas que preveem aumentar, esperam realizar, em média, mais 12%.

Os resultados do barómetro mostram que a opinião das empresas sobre os apoios do Governo mantém-se, já que na semana de 07 de outubro, 77% das empresas consideravam que os programas de apoio estavam "aquém ou muito aquém" do que necessitavam.

O número de empresas que pediu e já recebeu financiamento bancário subiu 12 pontos percentuais (de 75% para 87%), segundo o inquérito realizado em 07 de outubro, comparado com os dados de setembro.

Já o número de empresas em pleno funcionamento aumentou de 84% para 86% e o número de empresas fechadas reduziu-se para apenas 1%, havendo 13% parcialmente encerradas.

O estado das encomendas em carteira em 01 de outubro face ao mesmo período de 2019 caiu para 46% das empresas (numa média de 36%), mantiveram-se para 22% das empresas e aumentaram para 9% (um aumento em média 19%), sendo que a 9% este indicador não se aplica.

Os resultados do inquérito "comprovam que a retoma da atividade económica e a assimetria da mesma não tem tido o ritmo desejado", concluiu o presidente da CIP.

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