A taxa de desemprego subiu para 7,8% no 3.º trimestre, com a população desempregada a aumentar 45,1% em relação ao trimestre anterior, aquele que é o maior aumento da série que começa em 2011, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira.
"A população desempregada, estimada em 404,1 mil pessoas, aumentou 45,1% (125,7 mil) em relação ao trimestre anterior, o que corresponde à taxa de variação trimestral mais elevada da série iniciada em 2011, e 24,9% (80,7 mil) relativamente ao 3.º trimestre de 2019", pode ler-se no relatório do INE.
A taxa de subutilização do trabalho - que inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores involuntariamente a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar, e os inativos disponíveis, mas que não procuraram emprego -, estimada em 14,9%, aumentou 0,9 p.p. relativamente ao trimestre precedente e 2,7 p.p. por comparação com um ano antes. O aumento da subutilização do trabalho foi explicado maioritariamente pelo aumento do desemprego, segundo o INE.
De acordo com a agência de estatísticas, a variação em cadeia da população desempregada teve origem nos acréscimos observados em todos os grupos populacionais sob análise, dos quais se destacam os seguintes: mulheres (66,7 mil; 48,5%); pessoas com 45 ou mais anos (43,6 mil; 45,6%); com um nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (50,6 mil; 49,0%) e entre outros.
Ainda no 3.º trimestre, a taxa de desemprego dos homens (7,6%) foi inferior à das mulheres (7,9%) em 0,3 p.p., tendo ambas aumentado em relação ao trimestre anterior (2,1 p.p. e 2,3 p.p., respetivamente).
"O aumento da população empregada e da população desempregada observado no 3.º trimestre de 2020 pode ser parcialmente explicado pelo atual enquadramento social e económico associado à Covid-19 e refletiu-se no aumento da população ativa e no (quase) equivalente decréscimo da população inativa, não podendo ser dissociado das dinâmicas particulares observadas no 2.º trimestre deste ano", explica o INE.
Quais são as previsões para o conjunto do ano?
O Ministério das Finanças prevê que a taxa de desemprego atinja os 8,7% em 2020 e 8,2% em 2021, uma melhoria face aos números previstos em junho (9,6% e 8,7%, respetivamente) segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê uma taxa de desemprego de 11,6% para 2020 e 9,6% para 2021, o Conselho das Finanças Públicas estima que se cifre em 10,0% e 8,8%, respetivamente, e o Banco de Portugal aponta para uma taxa de desemprego de 7,5% também para este ano.
[Notícia atualizada às 11h19.]