A previsão é mais otimista que os números esperados para este ano pelo Governo (8,7%), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI, 8,1%), pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP, 10,0%) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE, 11,6%), sendo mais pessimista que a previsão do Banco de Portugal (7,5%).
Para 2021, Bruxelas vê a taxa de desemprego baixar para os 7,7% (6,6% em 2022), um número em linha com o do FMI (também 7,7%), mas abaixo da OCDE (9,6%), CFP (8,8%) e Ministério das Finanças (8,2%).
Em termos de emprego, a Comissão Europeia aponta para um decrescimento de 3,8% em 2020, com uma inversão para o crescimento de 2,1% em 2021 e 1,7% em 2022.
"Cerca de 750 mil empregados ou cerca de 15% do total da força de trabalho beneficiaram de várias formas temporárias de apoios do Estado no pico da crise", pode ler-se no documento das previsões económicas de outono, hoje divulgado pela Comissão Europeia.
Assim, segundo Bruxelas, "a taxa de desemprego apenas cresceu moderadamente de 6,5% em 2019 para cerca de 8% em agosto de 2020", com o emprego a decrescer cerca de 3% em termos homólogos em agosto, "mas parte do seu impacto negativo no desemprego foi compensado por um aumento da inatividade".
"Isto também resultou numa descida substancial da utilização do trabalho, incluindo baixas forçadas pagas e não pagas e uma descida massiva nas horas trabalhadas (23,6 em termos homólogos no segundo trimestre)", pode ler-se no documento hoje conhecido.
Com a recuperação económica esperada "e mais medidas de apoio, a taxa de desemprego deverá mover-se gradualmente para o seu nível pré-pandemia, de cerca de 8,0% em 2020 para 6,6% em 2022", prevê Bruxelas.