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Exportações têxteis e de vestuário regressam às quedas e recuam 7%

As exportações portuguesas de têxteis e vestuário regressaram em setembro a terreno negativo, após o ligeiro aumento de 0,2% de agosto, recuando 7,1% em termos homólogos para um valor mensal de 357 milhões de euros.

Exportações têxteis e de vestuário regressam às quedas e recuam 7%
Notícias ao Minuto

15:25 - 09/11/20 por Lusa

Economia Exportações

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), tratados num comunicado divulgado hoje pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), os artigos de vestuário foram os que registam maior quebra, com menos 26 milhões de euros exportados (-11,9%) em setembro.

Já as exportações de têxteis, exceto têxteis confecionados, registaram uma quebra de 2,4 milhões de euros (-3,3%) e as exportações de têxteis confecionados obtiveram um acréscimo de 2,3 milhões de euros (+3,7%).

Em termos cumulativos, de janeiro a setembro os têxteis e vestuário somam um valor exportado de 3.424 milhões de euros, menos 13% do que no mesmo período de 2019.

No que respeita às matérias têxteis e têxteis confecionados, a ATP destaca, contudo, o "bom desempenho" em setembro das exportações de alguns produtos, nomeadamente de 'outros artefactos têxteis confecionados' (onde estão incluídas as máscaras têxteis), com um acréscimo de 8,9 milhões de euros (+285%), e de 'fitas de matérias têxteis, de largura igual ou inferior a 30 cm', que aumentaram 1,4 milhões de euros (+92%).

O desempenho positivo estendeu-se também aos 'tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados com plástico', com um acréscimo de 1,4 milhões de euros (+9%); aos 'fios de algodão, contendo, em peso 85% ou mais, de algodão' (+1,2 milhões de euros; +36%); aos 'tecidos de algodão, contendo, em peso 85% ou mais, de algodão, com peso igual ou inferior 200 g/m²' (+850 mil euros; +17%); e às 'redes de malhas com nós, redes confecionadas para a pesca e outras redes confecionadas, de matérias têxteis', com um aumento de 0,7 milhões de euros (+40%).

Analisando a evolução dos vários países de destino das exportações portuguesas do setor, a ATP destaca, em setembro, os crescimentos registados na China (+1,67 milhões de euros; +64%), República Checa (+950 mil euros; +23%), Tunísia (+840 mil euros; +50%), Suíça (+800 mil euros; +20%) e Polónia (+740 euros; +26%).

Em sentido oposto, Espanha foi o destino que registou a maior quebra (-18,6 milhões de euros; -15%) seguido de Itália (-três milhões de euros, -14%) e a Turquia (-2,4 milhões de euros, -64%).

Também em comunicado, a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV) precisa que os números hoje divulgados pelo INE apontam para uma queda homóloga acumulada de 18,5% nas exportações de vestuário nos primeiros nove meses do ano.

"Só para Espanha, o principal mercado de destino do setor, a quebra é de 31,4%, para 645 milhões de euros, face a 940 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019", destaca.

No total, entre janeiro e setembro deste ano as exportações de vestuário atingiram 1,91 mil milhões de euros, em comparação 2,35 mil milhões de euros no mesmo período de 2019.

Segundo a ANIVEC/APIV, "as quedas são generalizadas no top 10 de principais destinos do vestuário português", incluindo, por ordem decrescente de importância, França (-6,4%), Alemanha (-5,5%), Reino Unido (-10,7%), Itália (-7,7%) e Estados Unidos (-14,8%).

Em termos mensais, em setembro a quebra agravou-se, com as exportações a recuarem 11,9% em termos homólogos, face aos -5,2% de agosto.

Citado no comunicado, o presidente da ANIVEC afirma que "a indústria de vestuário encontra-se numa situação difícil desde o início da pandemia e os números das exportações de setembro vêm comprovar que a recuperação está longe de acontecer".

"Aliás -- refere César Araújo - convém sublinhar que estes dados ainda não refletem o impacto da segunda vaga de covid-19 que está a afetar toda a Europa e que vai, com certeza, pesar sobre este setor, que é o segundo mais afetado a seguir ao turismo".

"O confinamento que está já a ser implementado nos diferentes países vai prejudicar enormemente o negócio e não há qualquer vislumbre de recuperação no horizonte", acrescenta.

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