A agência Moody’s alertou, esta terça-feira, que a economia portuguesa, à semelhança da grega e italiana, são das mais expostas a uma "destruição" por causa da pandemia, devido ao peso das pequenas e médias empresas no produto interno bruto (PIB) e no emprego.
“Economias como as da Grécia, Portugal ou Itália, em que as pequenas e médias empresas representam uma larga proporção do PIB e do emprego, irão sofrer uma destruição económica acrescida dadas as reservas mais baixas das empresas, as menores alternativas de financiamento e os horizontes mais curtos", refere a agência de notação financeira, num relatório publicado esta terça-feira.
A Moody's esclarece que há economias que vão recuperar melhor do que outras, dando como exemplo aquelas com maior diversificação e flexibilidade.
Do lado oposto, países muito dependentes do turismo ou do petróleo vão enfrentar mais desafios, de acordo com o relatório da agência de notação financeira.
No curto prazo, a Moody's acredita que a "crise continuará a ser sentida de forma mais acentuada por países com perfis de crédito mais fracos", pode ler-se.
Em agosto, num relatório intitulado 'Exposição ao turismo concentrada no sul da Europa, mas os perfis de crédito permanecem resilientes', a agência de notação financeira Moody's incluia Portugal nas economias mais "afetadas por uma quebra prolongada no turismo" associada à Covid-19, juntamente com a Grécia, Malta, Espanha, Chipre, Croácia e Itália.
A agência de notação financeira estima que o défice de Portugal atinja os 9,2% do PIB este ano e recupere apenas até aos 4,8 em 2021.