Negócios com menos 43% de faturação no fim de semana com recolhimento
As empresas do retalho sofreram quebras de 43% na faturação durante o primeiro fim de semana de recolher obrigatório decretado em 121 concelhos, em comparação com o anterior, de acordo com um relatório da Reduniq, hoje divulgado.
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Economia Reduniq
De acordo com os dados recolhidos pela rede de aceitação de cartões nacionais e estrangeiros em Portugal, as categorias de negócio mais afetadas com a redução da faturação nos dias 14 e 15 de novembro -- o primeiro fim de semana com recolher obrigatório entre as 13:00 e as 05:00 - foram a moda, as perfumarias, a eletrónica, a restauração, bem como os hiper e supermercados, que registaram, respetivamente, quebras de 63%, 57%, 50%, 45% e 42%, comparativamente ao fim de semana anterior.
Já a saúde e o retalho alimentar tradicional sofreram quebras de faturação de 7% e 15%.
Quanto ao número total de transações, a redução registada pelo sistema de retalho português rondou os 37%, concluiu o relatório.
O REDUNIQ Insights avaliou também o impacto do fim de semana de 30 de outubro e 01 de novembro -- período de proibição de circulação entre concelhos -- no qual a categoria de negócio mais visada foi a das gasolineiras, que registou, naquele domingo, uma variação homóloga na sua faturação de menos 40%, assim como uma redução de 32% de faturação em comparação com o dia 29 de outubro (último dia antes das restrições de circulação).
"A implementação de medidas mais restritivas de combate à pandemia que se tem vindo a intensificar desde o início de novembro tem precipitado uma nova fase de quebras do consumo, um verdadeiro contraciclo com o que seria a natural tendência a pouco mais de um mês do Natal, período que representa, para muitas categorias de negócio, cerca de um terço da sua faturação anual", referiu, em comunicado, o diretor da Reduniq, Tiago Oom.
Os dados mostraram, ainda que a implementação do novo estado de emergência, em 09 de novembro, provocou, na semana de 08 a 14 de novembro, maiores quebras face a setembro, nomeadamente na generalidade das categorias não essenciais, como a hotelaria, a restauração e a moda, que reduziram a sua faturação em 64%, 33% e 24%, respetivamente, face à semana de 20 a 26 de setembro.
No entanto, e tal como aconteceu no primeiro período de estado de emergência, decretado em março, os hiper e supermercados e o retalho alimentar tradicional registaram ligeiras subidas de 4% e 8%.
Ao nível das perdas acumuladas até outubro, Faro, Lisboa, Madeira e Açores são os distritos mais afetados, com menos 29%, 26%, 22% e 19% de faturação, respetivamente.
O relatório destaca, por fim, que a utilização do sistema de pagamento com cartão sem necessidade de introdução de código ('contactless') representa já 34% da faturação total dos negócios.
Para combater o aumento de casos de covid-19, o Governo decidiu, entre outras medidas, decretar o encerramento do comércio e da restauração às 13:00 no último e no próximo fim de semana, ao abrigo do estado de emergência, que vigora até 23 de novembro, mas que pode ser renovado por períodos de 15 dias.
Os restaurantes só podem funcionar a partir das 13:00 para entrega ao domicílio, e não para 'take away'.
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