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Sindicato acusa Super Bock de não cumprir acordo para integrar precários

O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) acusou o grupo Super Bock de não cumprir um compromisso que data de janeiro para a integração de trabalhadores precários.

Sindicato acusa Super Bock de não cumprir acordo para integrar precários
Notícias ao Minuto

17:24 - 27/11/20 por Lusa

Economia Super Bock

Num comunicado, hoje divulgado, a estrutura sindical diz que "a Super Bock informou, no passado dia 20 de novembro, ao Sintab e à DGERT [Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho], a decisão de não cumprir com o compromisso que havia assumido em janeiro, de integrar, nos seus quadros, 16 dos trabalhadores com vínculos precários e que desempenham tarefas contínuas e essenciais há mais de 15 anos".

Contactada pela Lusa, fonte oficial do grupo Super Bock confirmou "a realização da reunião na DGERT no dia 20 de novembro, na qual informou que a alteração de circunstâncias motivada pelo impacto da crise covid-19 no negócio do grupo tem tido uma profundidade tal que torna inexigível o cumprimento integral do acordo celebrado em janeiro passado, num contexto prévio à pandemia", sem se referir especificamente à questão dos precários.

O Sintab referiu ainda que esta "é uma decisão sem precedentes na história da empresa, que envergonha os seus trabalhadores, e atira para o desemprego 16 trabalhadores que, até aqui, tinham a garantia de um grande salto qualitativo no que à solidez dos seus vínculos laborais diz respeito", adiantando também que "iniciaram um processo de denúncia, por via da sua Comissão de Trabalhadores, de um acumular de atitudes prepotentes e persecutórias da parte da direção industrial, que tem resultado num acréscimo extraordinário de processos disciplinares instaurados em catadupa".

A estrutura sindical garante que estas ações têm como motivação "uma ainda maior descapitalização dos quadros efetivos da empresa, para mais tarde recorrer a mão-de-obra com vínculos precários, sem a proteção da contratação coletiva".

A empresa disse ainda que "como é público, a dimensão estrutural da crise que vem impactando principalmente o canal mais rentável -- o Horeca [hotéis, restaurantes, cafés], conduziu, inclusivamente, a um plano de reestruturação interno que se encontra praticamente concluído, tendo decorrido de forma serena".

Em 16 de junho, o grupo anunciou que decidiu reduzir a sua força de trabalho em 10%, devido ao impacto da pandemia de covid-19.

A "significativa redução da atividade do Super Bock Group provocada pelo efeito da pandemia covid-19, bem como o cenário de recessão previsto para o futuro próximo, forçam a empresa a reajustar a sua estrutura para defender e proteger a sustentabilidade do grupo", lê-se nessa nota. 

O mesmo comunicado refere que a paragem e atuais constrangimentos do canal Horeca, que "representa cerca de 70% do mercado de bebidas refrescantes em Portugal (fonte Nielsen)" irão "prolongar-se e continuar a ter um significativo impacto no desempenho do Super Bock Group".

O Sintab pediu ainda uma audiência à ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, para expor a situação.

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