O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, será ouvido no dia 22 de dezembro, às 9h30, na Assembleia da República por causa do Novo Banco. O anúncio foi feito pela Comissão de Orçamento e Finanças.
Está assim agendada a "audição do Senhor Governador do Banco de Portugal, no âmbito do Plano de Atividades e, bem assim, do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do PAN relativo a pagamento de bónus aos membros do conselho executivo do Novo Banco e requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP relativo à Auditoria especial ao Novo Banco", pode ler-se num comunicado.
O CDS requereu em setembro, com caráter de urgência, a audição do governador do Banco de Portugal e do ministro das Finanças, João Leão, para darem explicações sobre as "perdas muito avultadas" do Novo Banco.
Segundo o Governo, o relatório da auditoria ao Novo Banco revela perdas líquidas de 4.042 milhões de euros no Novo Banco (entre 4 de agosto de 2014, um dia após a resolução do BES, e 31 de dezembro de 2018) e "descreve um conjunto de insuficiências e deficiências graves" no BES, até 2014, na concessão de crédito e investimento em ativos financeiros e imobiliários.
Na sequência da resolução do BES, em 03 de agosto de 2014, 75% do Novo Banco foi vendido em outubro de 2017 ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, mantendo o Fundo de Resolução bancário 25%, numa solução acordada entre Banco de Portugal e Governo.
Aquando da venda, foi acordado um mecanismo de capital contingente, que prevê que até 2026 o Fundo de Resolução compensa o Novo Banco por perdas de capital num conjunto de ativos que ?herdou' do BES até 3.890 milhões de euros.
Desde então e até hoje, o Fundo de Resolução já injetou 2.976 milhões de euros e ainda poderá colocar mais de 900 milhões de euros, valores que em cada ano têm impacto nas contas públicas uma vez que o Fundo de Resolução é uma entidade da esfera do Estado.