Associação diz que "o design português é uma tendência"
O diretor da APIMA, Gualter Morgado, disse hoje à Lusa, na Maison & Objet, uma feira de referência internacional na área da decoração, que o mobiliário português está na moda, tendo aumentado a procura do estrangeiro pelas empresas portuguesas.
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Economia Mobiliário
"Estamos na moda. O design português é uma tendência", afirmou o diretor da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA).
Com um número recorde de 79 empresas portuguesas nesta edição do certame, Gualter Morgado explicou que o aumento é reflexo de uma evolução de um setor que está cada vez mais capacitado para a internacionalização.
"A qualidade dos nossos produtos, a qualidade da apresentação dos nossos produtos, a grande capacitação e o grande investimento que as empresas fizeram, quer no marketing, quer na comunicação, quer na forma como se apresentam ao mercado" levou a um reconhecimento generalizado do produto português, referiu.
"Ouvimos pelo corredores falar nas empresas portuguesas, na qualidade com que estão, no design português", acrescentou.
"É algo de extraordinário começar-se a associar Portugal ao design e a uma qualidade extraordinária que tem o nosso produto. E isso tem levado a que as nossas empresas para além de estarem na feira estão em lugares de destaque".
O dirigente associativo salientou ainda que "uma oferta muito diversificada para um segmento de gama alta tem trazido um grande reconhecimento e esse reconhecimento tem feito com que comece a haver uma procura das empresas portuguesas".
Miguel Travessa, responsável para construção e criação da Creative - Cork, está com a marca pela primeira vez na Maison & Objet.
A marca deriva da M. J. Travessa Carpintaria e Móveis, que existe há cerca de 50 anos, e criou há 6 meses a marca Creative - Cork, com a internacionalização como objetivo.
Com dois funcionários, depois de cortes sucessivos no pessoal, a internacionalização pode ser um novo ponto de partida para esta empresa que sentiu uma procura elevada na feita internacional de Paris.
"Tenho muito pedido de informação e muito interesse de muitos países, como por exemplo Turquia, Rússia, Mónaco ou Inglaterra", afirmou.
Paulo Antunes, responsável pela empresa com o mesmo nome, está presente no certame desde 2007, com a empresa que foi criada em 2000.
Destacou que 85% do lucro da Paulo Antunes se deve às exportações, o que leva a empresa a decidir deixar de fazer feiras em Portugal, "porque dá prejuízo", explicou.
Rafaela Carvalho é responsável de marketing e comunicação da We Wood, uma marca da empresa Carlos Alfredo, criada para o mercado externo há dois anos, "para um público-alvo diferente", a "classe média alta".
"Noventa e nove por cento do mercado é para exportação", garantiu Rafaela Carvalho que notou uma evolução em relação a janeiro do ano passado.
"Está muito melhor, temos feito contactos muito bons", garantiu, e salientou que é notório "que cada vez mais o design português começa a ser conhecido internacionalmente".
Gualter Morgado disse à agência Lusa que o setor da decoração e mobiliário português vive "um crescimento sustentado que se deve exclusivamente às exportações".
"O mercado interno caiu abruptamente. Relativamente a 2012 o mercado interno caiu 22% e o volume de negócios global cresceu 3%. As exportações mais do que compensaram a queda no mercado interno", explicou.
A Maison & Objet, uma das principais feiras internacionais de decoração, decorre até terça-feira com a presença de 79 empresas portuguesas do setor mobiliário e da decoração.
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