De acordo com o relatório do terceiro trimestre de 2020 das empresas do Setor Público Empresarial Regional, que a Lusa consultou, a Azores Airlines (que opera de e para fora do arquipélago) teve prejuízos de 49,4 milhões de euros entre janeiro e setembro, ao passo que a SATA Air Açores, que voa no arquipélago, teve perdas de 11,5 milhões de euros.
Em 2019, as perdas da Azores Airlines nos primeiros nove meses do ano haviam sido de 31 milhões de euros e a SATA Air Azores havia registado, no mesmo período, prejuízos de 7,6 milhões de euros.
A operação da SATA em 2020, à imagem da globalidade das transportadores aéreas, foi fortemente condicionada pela pandemia de covid-19, tendo a empresa parado a operação durante a maior parte do segundo trimestre do ano.
Todavia, os prejuízos globais do grupo açoriano haviam já sido de 53 milhões de euros em 2019, valor em linha com a perda registada em 2018.
A SATA pediu recentemente um auxílio estatal de 133 milhões de euros, operação aprovada por Bruxelas.
No entanto, a Comissão Europeia abriu um procedimento para Portugal provar que os três aumentos de capital recentes na transportadora açoriana não foram ajudas do Estado.
Ainda nas contas das empresas públicas, a Portos dos Açores, que gere 14 portos no arquipélago, teve prejuízos de 4,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020.
Já a Lotaçor, que tem por objeto a prestação de serviços de primeira venda de pescado, registou perdas de 307 mil euros.
No que refere aos três hospitais da região, estes tiveram contas divergentes: a unidade de Ponta Delgada teve perdas de 932 mil euros, o hospital de Angra teve 904 mil euros de resultado líquido positivo e o Hospital da Horta registou prejuízos de 2,2 milhões de euros.
Em sentido contrário à globalidade das empresas, a Eletricidade dos Açores (EDA) voltou a registar ganhos no período em análise (8 milhões de euros).
A EDA Renováveis teve resultados no mesmo sentido, com ganhos entre janeiro e setembro de 2020 de 7 milhões de euros.
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