Euronext Lisboa prevê que bolsa italiana seja positiva para empresas
A presidente executiva da bolsa de Lisboa, Isabel Ucha, prevê que a aquisição da bolsa italiana pela Euronext tenha um impacto positivo nas empresas portuguesas, nomeadamente na liquidez.
© Reuters
Economia Mercado
Numa conferência de imprensa realizada por meios telemáticos, Isabel Ucha salientou "o impacto que a aquisição da bolsa italiana vai ter no grupo Euronext, e que se vai traduzir, naturalmente, numa 'poule' de liquidez maior para as empresas portuguesas, com mais acesso de mais investidores à nossa plataforma única de negociação".
A responsável da Euronext Lisboa salientou que o grupo "vai ter mais ativos e mais mercados para oferecer aos investidores portugueses, porque tem uma operação de dívida muito forte" e "uma central de liquidação com capacidade para tratar todo o tipo de ativos".
A London Stock Exchange Group (LSE) concordou em vender a Bolsa Italiana ao operador pan-europeu de bolsa Euronext por 4.325 milhões de euros, afirmou em 09 de outubro a LSE em comunicado.
Noutras prioridades para 2021, Isabel Ucha indicou querer "continuar a mobilizar as empresas portuguesas para o mercado de capitais, com um foco muito particular nas empresas tecnológicas e familiares", mas também "no 'private equity' e no capital de risco".
Neste âmbito, a Euronext Lisboa salientou a existência da iniciativa TechShare, que vai na sexta edição, criando em 2021 o PE Share (de 'private equity').
"É um programa novo que estamos a lançar nos nossos vários mercados, está a começa agora e vai decorrer durante o primeiro semestre", explicou a presidente executiva da Euronext Lisboa, numa iniciativa que junta "um conjunto de 'private equities' e capital de risco a trabalhar em Portugal" de forma a "abordar a solução de mercado de capitais como solução de saída".
A Euronext Lisboa pretende ainda alargar duas parcerias em 2021, com a associação empresarial COTEC e com a Associação de Emitentes (AEM), "designadamente para a promoção das finanças sustentáveis".
Além do foco nas exigências regulatórias e sustentabilidade, a Euronext Lisboa pretende também aumentar a liquidez "nas pequenas e médias empresas".
Na agenda regulatória, Isabel Ucha salientou a importância do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre o mercado de capitais português, apresentado no ano passado.
"Continuamos a trabalhar na 'taskforce' que resultou do relatório da OCDE para Portugal", nomeadamente nas vertentes de "promoção e capacitação, instrumentos agregadores de dívida e capital, incentivos ao 'research' [pesquisa] e 'market making' [agentes de liquidez], simplificação regulatória, estratégia fiscal, regras de 'governance' [governança]", disse a responsável.
Isabel Ucha disse ter "confiança de que deste esforço, deste trabalho de conjunto de entidades, vão sair medidas concretas nas próximas semanas", entre as quais estão a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Associação Portuguesa de Bancos (APB), o Banco Português de Fomento (BPF) ou a AEM.
Questionada pela imprensa acerca do tema, a responsável referiu que o grupo de trabalho - que inclui várias entidades e associações do setor - "tem percorrido as várias propostas e ideias que o relatório da OCDE apresentou e outras que não constavam do relatório da OCDE, mas que as entidades que estão a participar também entenderam que podiam ser relevantes".
A responsável referiu "a possibilidade de haver co-investimento entre o Estado e o mercado", em "veículos cotados em mercado onde o Estado também poderia investir a par dos investidores privados para angariar capital para as empresas mais pequenas".
Isabel Ucha disse também que há "temas relacionados com a fiscalidade que estão a ser avaliados", mas remeteu pormenores para o Governo.
Leia Também: Wall Street negoceia mista no início da sessão
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com